postado em 06/10/2008 20:35
Deflagrado o período de assédio a novos aliados, José Fogaça (PMDB), candidato à reeleição, recebeu sinais mais animadores do que os enviados à desafiante Maria do Rosário (PT), com quem vai disputar o segundo turno de Porto Alegre. Os potenciais aliados do prefeito não tomaram posição, mas também não colocaram objeções. O DEM e o PSDB definem seus rumos em reuniões internas nesta semana. O PP também, mas seu presidente estadual, Jerônimo Goergen, defendeu hoje o apoio a Fogaça por coerência com o que pensa o partido.
Ninguém fez manifestação semelhante para o lado de Maria do Rosário. A cúpula do PSOL optou pela neutralidade. O PT espera contar com os votos da base do partido. O apoio mais cobiçado do segundo turno é o de Manuela D'Ávila (PC do B), que conquistou 15% dos votos no primeiro turno numa coligação com o PSB, o PPS, o PR, o PT do B, o PMN e o PTN.
A expectativa do PT era que a aliança se desfizesse para contar com a adesão, considerada natural, dos socialistas e dos comunistas. Mas o deputado federal Beto Albuquerque (PSB), coordenador da campanha de Manuela, e o deputado estadual Raul Carrion, líder do PC do B no Estado, advertiram que o alinhamento não é mais automático.
"A censura insistente da Maria do Rosário ao PPS criou sérios problemas de diálogo conosco", explicou Albuquerque (PSB). O comentário do parlamentar é uma referência a declarações dadas pela candidata petista no primeiro turno, nas quais ela criticava a aliança de Manuela e dizia que não queria o apoio do PPS.
Os partidos farão discussões internas e devem tomar uma decisão coletiva na sexta-feira. Que poderá ser pelo apoio em bloco a um dos candidatos ou pela autorização para que cada sigla tome sua própria decisão. Até lá, os partidos serão assediados pelos participantes do segundo turno. "Já estamos juntos com o presidente Lula, já estivemos juntos muitas vezes aqui e eu quero retomar essa união", diz Maria do Rosário, lembrando de alianças com o PSB e o PC do B, e anunciando que vai procurar Manuela pessoalmente para falar do assunto.
A candidata comunista passou o dia de hoje descansando e não atendeu telefonemas. Fogaça faz acenos semelhantes. "Eu vejo muita afinidade com o PC do B e com o PSB, que cabem perfeitamente dentro do nosso projeto", afirmou hoje, numa das entrevistas que concedeu.
Se fechar acordo com o PPS, o PSDB, o DEM e o PP, Fogaça terá reconstruído toda a aliança do segundo turno de 2004, sem contar os partidos menores. O PTB e o PDT já estão na sua coligação de 2008. E se ampliar o leque com o PSB e o PC do B, tirará duas siglas que apoiaram o então candidato do PT, Raul Pont, e sua vice Maria do Rosário no segundo turno daquele ano.