postado em 08/10/2008 09:08
Salvador ; A eleição na capital baiana surpreende a cada dia. Quarto colocado na votação de domingo passado, com 8% dos votos, o candidato do PSDB, Antonio Imbassahy, anunciou que apoiará o petista Walter Pinheiro no segundo turno contra o prefeito João Henrique, do PMDB. Ou seja, PT e tucanos estarão juntos na disputa em Salvador. Imbassahy anunciou a decisão ao lado de Pinheiro.
O argumento usado por ele para ficar com o PT foi o de que o PSDB já faz parte da base de apoio do governador da Bahia, o petista Jaques Wagner. Ao apoiar Pinheiro, Imbassahy tenta derrotar um desafeto político, no caso João Henrique, que o chamou de ;sem caráter; em debate da TV Globo na semana passada.
Já o terceiro colocado no primeiro turno, ACM Neto (DEM), continua discutindo com aliados sua posição para a votação do dia 26. Desde segunda-feira, o PMDB baiano entrou em ação para atrair o candidato do DEM. ACM Neto avisou que pretende anunciar sua decisão até o início da semana que vem.
Ontem, Pinheiro mandou um recado a Brasília: quer o apoio de dirigentes nacionais do PT para derrotar o PMDB. Como o presidente Lula não pretende se intrometer na confusão entre os partidos de sua base de apoio, o PT baiano aguarda, pelo menos, a presença de figuras como os ministros Tarso Genro (Justiça) e Dilma Rousseff (Casa Civil). Até agora, a campanha de Pinheiro contou apenas com a militância do partido na Bahia.
Rejeição
;O que fizemos (no primeiro turno) foi mérito coletivo. Não procurei nenhum dirigente partidário;, diz o candidato. ;Do outro lado vem chumbo grosso, a campanha vai ser muito mais cara. Eu espero que tenha mais gente querendo ajuda;, ressalta. Desde domingo, o petista alfineta João Henrique. Afirma que 70% da população da cidade rejeitaram sua administração. Isso porque o prefeito obteve 30,9% dos votos válidos no último domingo. ;O resultado mostrou que 70% querem um projeto novo para Salvador;, diz.
Como Pinheiro ficou com 30% dos votos, desempenho semelhante a João Henrique, o PMDB usa o mesmo argumento: a maioria do eleitorado rejeitou o PT. ;Nós também podemos dizer que 70% não querem os petistas na prefeitura;, afirma o presidente do diretório peemedebista na Bahia, Lúcio Vieira Lima, irmão do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, principal articulador da campanha de João Henrique.
O prefeito, aliás, apimentou ainda mais a rivalidade com o PT ao chamar o partido de traidor. ;Se eu não tivesse sido traído, certamente ganharia no primeiro turno;, diz. Ele refere-se à decisão tomada pelos petistas no primeiro semestre de abandonar os cargos ocupados na prefeitura para lançar candidato nas eleições municipais. Os peemedebistas criticam a postura do PT.