postado em 08/10/2008 09:56
A Executiva Nacional do PT chegou à conclusão de que é preciso agir rápido para reverter a perda de votos que a candidata do partido à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, sofreu no primeiro turno. A cúpula petista quer uma mudança "radical" nos rumos da campanha. Uma corrente do partido defende até trocar o comando do marketing, a cargo do publicitário João Santana. A avaliação é que a candidatura de Marta passa por um momento delicado, com forte risco de a petista ser derrotada pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM). Durante os debates internos na Executiva, petistas chegaram a anotar que está havendo uma "rejeição militante" a Marta - eleitores passaram a não querer nem sequer pegar santinhos com a propaganda da candidata.
A principal frente de combate será trabalhar para reduzir os índices de rejeição da candidata, na faixa dos 35%. O alvo é a conquista dos votos da classe média e alta, que acabaram debandando para Kassab e Geraldo Alckmin, candidato derrotado do PSDB. Os petistas temem que, agora, se repita a situação das eleições de 2004, quando ela perdeu para o tucano José Serra o comando de São Paulo. Para tentar reverter o quadro, o partido conta com a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que vai se dedicar mais neste segundo turno à campanha de Marta.
"Havendo reeleição, sempre quem está no governo tem vantagem", admitiu o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), ao fazer um balanço positivo do desempenho do partido nas eleições municipais. Na avaliação interna da sigla, Marta chegou atrás de Kassab na disputa por ter subido no "salto alto" e ter adotado uma postura de "arrogância". Para a cúpula do partido, a petista também errou ao manter distância da briga entre Kassab e Alckmin, adotando uma postura de "já ganhou". "O fato é que alguma coisa limitou o crescimento da Marta. Temos de nos mobilizar mais no segundo turno", afirmou Berzoini.
Segundo ele, o partido fará pesquisas qualitativas para saber onde investir no fortalecimento da candidatura. "Sabemos que a classe média é o setor em que tivemos dificuldade agora e também em 2004. Está havendo ruído nesse diálogo", admitiu. A estratégia em São Paulo é bater na tecla de que os projetos realizados por Marta quando ocupou a prefeitura da cidade, entre 2000 e 2004, foram copiados por Kassab, que teria desorganizado e não ampliado os programas.