Politica

De olho nos apoios para 2010, Lula atua com cautela no 2º turno

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postado em 09/10/2008 09:53
A atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno das eleições obedece a uma lógica ditada pela análise que o Palácio do Planalto fez do desempenho dos partidos aliados na votação de domingo. O governo concluiu que o PT sozinho não tem condições de vencer as eleições presidenciais de 2010. A avaliação é que, embora o partido tenha crescido, também aumentou o contingente de eleitores que votam contra os petistas. Por isso, é necessário melhorar as relações com os aliados, especialmente o PMDB. Lula ajudará o PT como puder, desde que isso não provoque mais problemas do que lucros políticos. O principal cuidado é com o PMDB. O presidente considera a legenda um aliado tão importante quanto pouco confiável. O partido saiu fortalecido das eleições de domingo. A partir de janeiro, comandará quase 1,2 mil cidades. Não esperou muito para fazer valer essa condição. Já na manhã de segunda-feira, a direção peemedebista mandou um recado a Lula por intermédio do ministro José Múcio, coordenador político do governo. Avisou que consideraria um ato de hostilidade a presença do presidente no palanque de cidades em que o PT enfrenta o PMDB. No mesmo dia, Lula avisou aos petistas de Porto Alegre que não pedirá votos para a deputada Maria do Rosário. Ela enfrenta no segundo turno o prefeito peemedebista José Fogaça, que luta pela reeleição. Foi uma sinalização. Lula não simpatiza com Fogaça, que considera um integrante da banda oposicionista peemedebista. Mas conteve-se ao ouvir de Michel Temer, presidente do PMDB, que a legenda considerava prioridade a vitória dele. Para pacificar o PT gaúcho, o presidente passou a articular junto às direções nacionais do PCdoB e PSB o apoio das duas legendas a Maria do Rosário. A intervenção do presidente é fundamental porque os dirigentes locais dos dois partidos resistiam ao acordo. Lula avalizou também o apoio do PT do Rio ao deputado Eduardo Paes, candidato do PMDB. Paes foi um dos parlamentares que mais atacou o governo durante o escândalo do mensalão. O presidente não pedirá votos para Paes, mas colocou o PT na campanha.

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