postado em 09/10/2008 19:09
A afirmação do ministro Tarso Genro (Justiça) de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já escolheu a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) para disputar pelo PT as eleições presidenciais de 2010 divide integrantes do partido.
Um grupo de petistas considera que o lançamento da candidatura da ministra a dois anos da disputa pode enfraquecer seu nome, enquanto parte da legenda avalia que já está na hora de Dilma entrar na disputa.
O senador Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, considera que o PT deve iniciar as discussões sobre a candidatura de Dilma publicamente. "É tempo do PT começar a especular o seu nome, o PSB já fez isso com o Ciro Gomes. São partidos grandes que reivindicam esse espaço", afirmou.
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), disse não ter dúvidas de que Dilma é a candidata do presidente Lula, mas evitou especular sobre o momento de lançá-la na disputa. "Se é conveniente lançar agora [seu nome], me reservo o direito de não comentar. Mas ela é uma menina que aprende rápido, soube aproveitar muito bem as campanhas municipais em Santa Catarina", afirmou.
O governador Marcelo Deda (PT-SE) também avalia que está na hora do PT dar publicidade ao nome de Dilma. "Não há momento na política, não existe cronograma fixo. O Serra [governador de São Paulo] é candidato do PSDB desde 2006, quando ganhou as eleições para o governo de São Paulo. Hoje considero que a Dilma é a melhor candidata", afirmou.
Mais cauteloso, o senador Delcídio Amaral (PT-MS) disse que o partido ainda não deve especular sobre candidaturas às eleições presidenciais. "Eu acho que é um bom nome, é uma pessoa que tem uma folha de serviços prestados ao país. Mas é uma agenda que tem que ser tomada mais para frente", afirmou.
Defesa Em entrevista à Agência Brasil, Tarso disse nesta quinta-feira que o presidente Lula vai defender junto ao PT a indicação da ministra-chefe da Casa Civil para representar a legenda nas eleições presidenciais de 2010. Ele se excluiu da disputa ao dizer que, como membro do governo, deve "respeitar a escolha do presidente". E reconheceu que essa escolha é visível. "É a ministra Dilma".
"Tenho uma avaliação, por uma série de sinais, que o presidente já fez uma escolha, que vai propor ao partido. E eu, como membro do governo e subordinado politicamente ao presidente, devo respeitar a escolha dele. E acho que é uma escolha boa, que tem condições de ser acolhida pelo partido e fazer uma grande campanha", afirmou.
Sobre o desempenho do PT nas eleições municipais, Tarso afirmou que a legenda "saiu fortalecida nas grandes regiões metropolitanas e aumentou em aproximadamente 30% o número de prefeitos, o que reforça a continuidade do projeto representado pelo presidente Lula".