postado em 17/10/2008 15:31
Os candidatos a prefeito do Rio de Janeiro Fernando Gabeira (PV) e Eduardo Paes (PMDB) recorreram a "pegadinhas" para causar saia-justa para o adversário durante o debate promovido na manhã desta sexta-feira pela rádio CBN. O peemedebista buscou demonstrar desconhecimento do candidato do PV sobre a máquina municipal. Já Gabeira quis evidenciar supostas contradições entre discursos e posições do outro candidato.
No momento de perguntas entre os dois candidatos, Paes indagou Gabeira sobre o papel da MultiRio --empresa municipal-- em seu governo. O verde disse que ainda não tinha uma proposta para o órgão, pois ainda trata dos princípios para o setor e consolidou um plano de ação. "A MultiRio é fundamental, é uma empresa do município que trabalha com a atualização do professor. Ela vai ser um instrumento importante no nosso programa de governo", afirmou.
Gabeira questionou o peemedebista sobre a posição em relação à Cidade da Música. Depois que Paes qualificou a obra --de custo aproximado de R$ 600 milhões-- como um "equívoco profundo", o candidato do PV se disse "surpreendido" com a posição do oponente. "As informações que recebi é de que a sua luta foi pela criação da Cidade da Música. O senhor e o vereador [do PSDB Luiz Antonio] Guaraná fizeram campanha pela Cidade da Música", disse.
Lixão de Paciência
Motivo de atrito entre Gabeira e a vereadora Lucinha (PSDB), campeã de votos no Rio e na Zona Oeste, a polêmica da instalação de um lixão em Paciência também dominou parte do debate.
Paes afirmou ter sido sempre contrário ao aterro sanitário no bairro da zona oeste. Gabeira disse, então, lamentar que o adversário ´não tenha influenciado´ o governo estadual, do aliado Sérgio Cabral, quando licenciou o lixão. "Quem decide onde vai ficar o destino do lixo é a Prefeitura. Eu fui secretário municipal de Meio Ambiente em 2001 e me manifestei radicalmente contra esse aterro, ao contrario do secretário Sirkis, indicado pelo Gabeira. O deputado Gabeira mudou agora de posição em relação ao lixão de Paciência", disse Paes.
"Não é verdade que eu sou contrário só agora ao aterro sanitário. Estive na segunda audiência pública lá, fiz um discurso bem claro, está gravado", afirmou Gabeira.
Paes ignorou a resposta do adversário. "Se mudou de opinião não tem problema nenhum", disse.
Criatividade e obediência
Ao discutir a política de segurança pública do governo estadual, Paes disse, após ser questionado por Gabeira, que "é fundamental que a partir de janeiro a gente tenha a prefeitura trabalhando junto com o governo do Estado e o governo federal" para tratar do tema.
Gabeira disse que há "um problema quando você tem um prefeito só obediente". "Você tem que ter um prefeito criativo, com capacidade de olhar para o programa de segurança do Estado e dizer que não está bom. Existem grandes falhas no sistema de segurança do Rio de Janeiro", disse.
Paes disse que se for eleito irá "trabalhar junto com o governador". "Essa coisa do prefeito apontar [problemas do Estado] é muito ruim. É o velho jogo do confronto político", disse.