postado em 19/10/2008 08:10
São Gabriel (RS) ; Duas semanas antes das eleições municipais, o Ministério do Desenvolvimento Social de Combate à Fome bloqueou 622 mil benefícios do principal programa social do governo, o Bolsa Família, deixando de pagar R$ 49,2 milhões. A medida resultou de uma fiscalização que apurou irregularidades no cadastro dos beneficiários, mas acabou abrindo brechas para fraudes eleitorais. Em São Gabriel (RS), o Ministério Público Estadual recebeu denúncias de que servidores da prefeitura teriam pedido votos para o candidato Balbo Teixeira (PR), que tentava reeleição, em troca do restabelecimento do programa Bolsa Família. A promotora eleitoral Ivana Bataglin entrou com representação contra o prefeito por ;captação ilícita de voto;, o que poderá resultar na cassação do registro da sua candidatura (leia mais na página 3).
A diretora do Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal, Lúcia Modesto, afirma que o ministério já recebeu quatro outras denúncias de fraudes eleitorais em conseqüência do bloqueio dos benefícios. Ela explicou por que foi feito o bloqueio tão perto das eleições, apesar dos riscos: ;Tivemos um dilema muito grande. Quando finalizamos o cruzamento de dados, a gente estava em setembro. Se a gente não fizesse nada, daria uma sinalização negativa. Se fizesse algo, isso seria explorado positiva ou negativamente. O ministro optou por fazer o bloqueio, porque isso faz parte de um processo de fiscalização contínuo;. Ela acrescentou que o ministério tem dificuldade em fazer as famílias comparecerem para o recadastramento: ;O mecanismo que a gente tem é o bloqueio;.