Politica

Espaço aberto na corrida petista

Militantes do PT ensaiam disputa por status de Marta

postado em 19/10/2008 08:13
O desempenho abaixo do esperado de Marta Suplicy no primeiro turno da corrida pela cidade de São Paulo e a possibilidade de ser derrotada pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) enfraqueceu a hipótese de que ela dispute o governo do estado em 2010 e assanhou outros petistas. O possível vácuo deixado por Marta impulsiona correligionários de diversos calibres, não só as lideranças nacionais, como o senador Aloizio Mercadante e o deputado Antonio Palocci. A diferença é que os dois já começaram a se movimentar para chegar com vantagem na hora de a legenda definir quem disputará o cargo. Mercadante aproveitou a época eleitoral para fazer seu pé-de-meia. O senador andou por mais de 200 cidades do estado. Na Grande São Paulo, atuou para enfraquecer a influência do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) e tornar-se referência da base do colega. Apesar de o PT ter sido derrotado em Ribeirão Preto, cidade que teve Palocci como prefeito duas vezes, ele sempre é lembrado para postos importantes. Em diversos momentos, surgiram rumores de sua volta ao Ministério da Fazenda. E ganha apoio num momento em que a economia é assunto rotineiro da eleição. ;O deputado Palocci, passando pelo processo do Supremo Tribunal Federal que deve ser analisado no ano que vem, volta com muita força e ele é do grupo da prefeita Marta Suplicy;, disse o líder do PT na Assembléia Legislativa paulista, deputado Simão Pedro, mencionando o episódio do caseiro Francenildo Santos Costa, que levou ao afastamento de Palocci da pasta. Outros nomes também estão de olho na possível vacância de Marta, como o prefeito reeleito de Osasco, Emídio de Souza e o ex-prefeito de Diadema e tesoureiro da campanha do presidente Lula em 2006, José de Fillipi Júnior (PT). O ex-prefeito de Guarulhos, o segundo maior colégio eleitoral de São Paulo, Elói Pietá, também já deu alguns passos sonhando com o Palácio dos Bandeirantes. São lembrados ainda o prefeito de São Carlos, Nilton Lima, que após dois mandatos elegeu o sucessor, e o presidente do PT estadual, Edinho Silva. O presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, avalia ser difícil projetar cenários para 2010 e reforça a tese de que não há impacto da eleição municipal na definição de pré-candidaturas ao estado. ;Quem apressar o debate sobre 2010 mais perde do que ganha;, disse Berzoini. Para o dirigente, nomes do calibre de Emídio de Souza e Elói Pietá precisam ganhar mais experiência administrativa antes de concorrer. Marta perdeu a força depois de ter ficado atrás de Kassab no primeiro turno e de não conseguir reverter a influência do governador José Serra (PSDB). No começo da corrida, a petista chegou a ter índices robustos de intenção de voto, mas não foi capaz de conter a onda Kassab e, se for derrotada, não conseguirá conter os colegas petistas que querem uma chance na disputa. Contra Marta, pesará também o índice de rejeição, em torno de 30% do eleitorado da capital. ;Na capital ela é forte, mas no estado não é tão forte assim. Com a derrota, ela se enfraquece. Se ganhar, será imbatível;, acredita Simão Pedro.

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