Politica

Brasileiro prefere propostas melhores para "o bolso e o estômago", acredita professor

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postado em 24/10/2008 11:45
As eleições municipais, quando comparadas ao pleito presidencial tocam mais de perto os brasileiros e, portanto, candidatos que disputam o segundo turno este ano e que federalizaram o discurso na campanha podem não se sair bem no próximo domingo (26). A avaliação foi feita pelo consultor político Gaudêncio Torquato, professor da Universidade de São Paulo (USP), durante entrevista nesta sexta (24/10) ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional. Para ele, o eleitor brasileiro "vota realmente no candidato que tem melhores propostas para o seu bolso e para o seu estômago. Torquato avalia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo ao manifestar publicamente apoio a determinados candidatos, não foi capaz de transformar o prestígio que tem entre grande parte da população para fortalecer ou alavancar candidaturas. O pleito municipal entusiasma mais, acrescenta o especialista. Torquato considera as eleições municipais de 2008 como as mais avançadas do ponto de vista da racionalidade dos eleitores. Ele acredita que os brasileiros que vão s urnas têm se mostrado atentos aos programas eleitorais e a comparações de perfis de candidatos. A movimentação mais intensa em cidades como Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro classificadas pelo especialista como o Triângulo das Bermudas político do país sinalizam um eleitor mais engajado no processo eleitoral. Há, no segundo turno, uma campanha muito acirrada, agressiva, com discursos contundentes e com adversários procurando desconstruir perfis. Chegamos na reta final com a sensação de que o Brasil ganhou bastante com essa eleição. Estamos vendo o mapa eleitoral se definir e as bases se prepararem para o grande pleito que será a eleição presidencial de 2010. Os 5.563 prefeitos que estão sendo eleitos no Brasil certamente constituirão os principais cabos eleitorais em 2010. Questionado se o país caminha para eleições presidenciais que possam seguir o mesmo rumo do pleito de 2006 quando dois grandes blocos políticos praticamente dividiram o eleitorado brasileiro ele afirma que há uma tendência nesse sentido. De um lado, segundo o professor, estaria o PT, partido com estrutura governamental em âmbito federal e que abre caminho para uma campanha capilarizada por ser um partido presente em muitos municípios brasileiros. Do outro lado, de acordo com o especialista, o PSDB, legenda que tem expectativas de voltar ao poder a partir da possível candidatura do atual governador do estado de São Paulo, José Serra, que pode sair fortalecido com o resultado das eleições municipais deste ano na capital paulista.

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