Politica

Marta explora relação entre Kasaab e Pita durante debate

;

postado em 25/10/2008 11:02
Ao sortear uma pergunta sobre o tema "camelôs' no debate desta sexta-feira (24/10) entre os candidatos à prefeitura de São Paulo, a petista Marta Suplicy aproveitou a oportunidade para lembrar o escândalo que ficou conhecido como máfia dos fiscais na capital paulista, durante o governo de Celso Pitta (1996-2000). Uma série de denúncias comprovou o envolvimento de servidores municipais, ocupantes de cargos de confiança e até vereadores num gigantesco esquema de cobrança de propinas. A prática era exercida, principalmente, por fiscais da prefeitura sobre comerciantes formais e sobre representantes do comércio informal, os camelôs. Depois de relembrar o escândalo, Marta afirmou que no governo Kassab também há denúncias de corrupção envolvendo fiscais. "Quando eu entrei na cidade de São Paulo, ela estava contaminada pela corrupção, pelo esquema deixado pelo Pitta, da qual o senhor foi secretário de Planejamento. Pela 'máfia dos fiscais'. (...) Agora temos na prisão há três meses o Marcelo Eivazian [ex-assessor da subprefeitura da Mooca),responsável pela fiscalização dos camelôs na sua gestão", disse a candidata, fazendo referência à denúncia do Ministério Público Estadual dando conta de um novo possível esquema de cobrança de propina exercido por fiscais sobre camelôs e comerciantes nos bairros do Brás, Belém e Mooca, nas regiões central e leste da cidade. Kassab disse que o acusado está preso porque "a prefeitura ajudou a prender". Depois, repetiu a estratégia de dizer que se afastou de Pitta, ao contrário de Marta, que, segundo ele, continuaria mantendo relacionamento com os petistas acusados no escândalo do mensalão em 2005. O prefeito subiu o tom: "Nunca vi manifestações suas sobre seus companheiros. O Delúbio (Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT), o Genoíno (deputado José Genoíno), o Dirceu (José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil de Lula). Eu me afastei do Pitta, eu coloquei esse cidadão (Marcelo Eivazian) na cadeia. Mas você não disse o que acha dessa equipe que foi chamada de quadrilha pelo procurador-geral da República." Ao final do debate, Marta respondeu que nada teve com o mensalão e que nenhum dos envolvidos diretamente no escândalo fizeram parte de suas equipes de trabalho ou de seus relacionamentos. Com o sorteio dos temas que deveriam ser objeto de perguntas entre os adversários, assuntos como corrupção e segurança urbana foram discutidos pela primeira vez na frente das câmeras pelos dois adversários, que voltaram a divergir quando o embate foi sobre transporte público, iluminação e pavimentação, investimentos em saúde e educação, programas sociais, infra-estrutura, dívida pública e licitações para realização de obras.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação