Politica

Peemedebistas e petistas conversam visando a sucessão de Lula

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postado em 27/10/2008 08:19
Principais partidos da coalizão governista, PMDB e PT confirmaram o desempenho obtido no primeiro turno e saíram maiores da votação realizada ontem em 31 municípios. O resultado reforça o plano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de unir as duas legendas numa mesma coligação na sucessão presidencial em 2010. Negociações nesse sentido serão retomadas nesta semana em reuniões no Palácio do Planalto. São dois os objetivos de curto prazo. Um deles é impedir que a disputa entre peemedebistas e petistas em Salvador ganhe contornos nacionais, o que pode prejudicar a consolidação da parceria na sucessão de Lula. O outro é promover um entendimento entre as duas siglas com relação às presidências da Câmara e do Senado, de forma a garantir a cada partido o comando de uma das casas. ;PMDB e PT ficarão mais juntos ainda porque saíram muito fortalecidos destas eleições. Agora, terão de chegar a um entendimento para manter a força em 2010;, disse o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. Hoje, o plano do presidente é lançar candidata a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, com um peemedebista como vice. A disputa municipal, no entanto, deu ao PMDB a possibilidade de se sentar à mesa em condições de negociação mais favoráveis. Sob a batuta de Lula, o partido ganhou mais musculatura do que o próprio PT. Ontem, por exemplo, conquistou quatro das 11 capitais em disputa, ficando com seis no total, as quais têm cerca de nove milhões de eleitores. Já os petistas perderam nas três capitais em que concorriam. A partir de 2009, também estarão à frente de seis, mas com 3,5 milhões de eleitores. ;Saímos campeões de importância política e eleitoral. O partido chegará forte para a discussão sobre a sucessão e sonha ter candidato próprio;, afirmou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Conforme publicado ontem pelo Correio, peemedebistas trabalharão pela filiação do governador Aécio Neves (PSDB), que disputaria o páreo. Alves deixa claro, no entanto, que, com ou sem candidato próprio, a prioridade é manter a parceria com o PT e fechar um acordo que tenha a bênção de Lula. ;Defendo a continuidade da aliança com o presidente. Defendo uma aliança para marcharmos juntos até a futura eleição para presidente da República;, declarou o senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Como o PMDB ainda não tem um quadro nacional em suas hostes, petistas ainda apostam que terão direito de indicar o cabeça da chapa. Por precaução, agirão em duas frentes. Uma delas é evitar a aproximação do parceiro de coalizão governista com os tucanos. O presidente do diretório estadual do PMDB, Orestes Quércia, apoiou Gilberto Kassab (DEM), e não Marta Suplicy, em São Paulo. A segunda frente é reconhecer ; com postos estratégicos, se preciso ; o aumento da força do PMDB depois das eleições. O Ministério do Turismo, por exemplo, pode ser repassado a um nome indicado pela bancada peemedebista no Senado, caso o grupo vote num petista para a Presidência da Casa. ;Temos de trabalhar para construir a aliança com o PMDB;, disse o deputado petista Cândido Vaccarezza (SP). Apesar de ter empacado nas capitais, graças a duas derrotas para o PMDB ontem, o PT passou a comandar 21 dos 79 municípios com mais de 200 mil eleitores, abrindo vantagem como primeiro lugar nesse ranking (ler mais na página 4). O partido de Lula pode comemorar ainda o fato de PSDB e DEM terem saídos menores no número total de prefeituras conquistadas. Os tucanos também perderam prefeituras de capitais e de municípios com mais de 200 mil eleitores. SEM CRÍTICAS O presidente Lula afirmou ontem, após votar em São Bernardo do Campo, que a eleição comprovou a força do governo federal. ;Elegemos muitos prefeitos e não só do PT. Uma coisa inédita aconteceu. Nesta campanha, ninguém criticou o governo federal. Nós demos verbas do PAC para todos os prefeitos, até do DEM;, disse. Lula, que hoje completa 63 anos, pretende convocar para janeiro uma reunião com os prefeitos eleitos para garantir a continuação das obras do PAC e fazer um pacto pelo fim do analfabetismo. O presidente também minimizou a influência que as disputas nas cidades possam ter na eleição presidencial de 2010.

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