Politica

Geddel Vieira Lima ameaça enfrentar Jaques Wagner em 2010

;

postado em 28/10/2008 08:50
Salvador ; Um dos grandes vencedores da eleição municipal no país, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, líder do PMDB baiano, avisa que poderá disputar o governo estadual em 2010 se não houver diálogo com o PT. ;Chegar ao posto de governador é o coroamento de uma vocação de vida pública;, afirma. Antigo desafeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e hoje seu ministro, Geddel tenta segurar a euforia, mas sabe que tem em mãos um potencial político capaz de sustentar uma candidatura ao governo, apesar da disposição de Jaques Wagner (PT) em concorrer à reeleição. Ele conseguiu reeleger o prefeito João Henrique em Salvador e vencer em mais 114 prefeituras baianas. O ministro recebeu o Correio ontem em seu apartamento na capital baiana e refutou o apelido dado pelo meio político de novo ;rei da Bahia;. O racha entre ele e Jaques é tudo o que presidente Lula não quer. Lula sonha com PT e PMDB unidos na Bahia para fortalecer seu candidato à sucessão presidencial. O clima, no entanto, azedou com a guerra declarada na campanha municipal entre João Henrique e o candidato Walter Pinheiro (PT). O PMDB acusa o PT de traição por abandonar a gestão do prefeito em abril. Já os petistas dizem que Geddel é quem manda na prefeitura. Entrevista Geddel Vieira Lima O PMDB venceu em 115 cidades e reelegeu em Salvador um prefeito que até pouco tempo não tinha chance. O senhor é o novo rei da Bahia? Eu repilo isso. É uma insidiosa comparação que meus adversários tentam fazer e insistir me comparando com Antonio Carlos Magalhães. Eu não tenho nada comparado ao seu estilo, na forma, na maneira de ver o mundo, a família, no jeito de tratar os amigos e fazer política. Sou transparente. Assumo os bônus e ônus da política. Não sou de perseguir ninguém, não tenho estilo coronelista, não sou oligarca. Tenho a noção de que a vida acaba e nada me envaidece. O governador Jaques Wagner disse que o prefeito João Henrique é de faz-de-conta, não governa a cidade. É o senhor quem governa Salvador? Não recebo recados para evitar dar recados. Quando o governador quiser dizer algo a meu respeito, ele haverá de citar o meu nome. Em resposta à sua pergunta, eu digo que não. Já tenho atribuições demais no ministério. O PT acusa o PMDB de fazer uma gestão de quatro meses, transformando a cidade num canteiro de obras com verba federal em época de eleição. É legítimo ganhar a disputa desta maneira? Não acho legítima a crítica. Os adversários a quem você se refere estavam com o prefeito João Henrique desde o início. Se o prefeito só administrou nos últimos quatro meses, o que os adversários estavam fazendo nos três anos e meio anteriores? O prefeito mostrou que trabalhou desde o primeiro dia do seu governo. Se as obras apareceram no seu período final, melhor para Salvador. A vitória em Salvador o credencia para disputar o governo estadual em 2010? Se você me perguntar se tenho um projeto acabado para ser candidato em 2010, eu diria que não. Se você inverter a pergunta para saber se eu gostaria de ser governador, eu lhe diria que sim. Se eu disser que não, lhe autorizaria a me chamar de mentiroso e hipócrita. Evidente que, como homem público e militante político, chegar ao posto de governador é o coroamento de uma vocação de vida pública. Mas não sou obsessivo. O governador Jaques Wagner diz que o natural seria ele disputar a reeleição e o senhor sair para o Senado.... É uma visão. Cabe ao governador demonstrar, através do convencimento, que essa é a naturalidade. Estou aberto a todas as hipóteses. O senhor não descarta enfrentá-lo nas urnas? Se o governador conduzir o processo político para isso, não descarto. Mas não vou nessa direção. O PT diz que o PMDB baiano sempre fez oposição a Lula e agora bebe de sua popularidade... Não sou comentarista político e não tenho que comentar as declarações dos outros. Não nego nem renego as frases que proferi. Fizemos oposição ao presidente Lula no primeiro governo porque foi uma imposição das ruas. Exerci meu mandato na oposição com vigor e paixão. Quando tive que reformar a posição, fui às ruas e passei a defender essa postura. É o melhor momento de sua vida na política? Estou mais maduro e incapaz de cometer erros do passado. Administro melhor o pavio e não respondo imediatamente a qualquer agressão. Ouça áudio da entrevista com Geddel Geddel: "Não tenho nada a ser comparado a ACM" Geddel: gostaria de ser governador, mas não é obsessão

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação