Politica

Mesmo com visita de Lula, distância entre Geddel e Wagner não diminui

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postado em 28/10/2008 21:53
;Foi feita uma aliança que nos deu a vitória em 2006. Se essa aliança durar, cabe a ele a vaga no Senado;, disse o governador da Bahia, ao comentar o encontro que teve com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, na noite de segunda-feira. O encontro foi chamado pelo governador com o objetivo de melhorar a relação com o ministro, às vésperas da vista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Salvador. A conversa entre os dois políticos da base do governo ficou desgastada pela acirrada campanha à prefeitura de Salvador, vencida por João Henrique Carneiro, candidato apoiado pelo ministro. Logo após a divulgação dos resultados das urnas, Geddel falou de seus planos para o governo do Estado, mas não especificou se quer se candidatar em 2010. No encontro, Wagner teria confirmado que é candidato à reeleição e que disse a Geddel que se ele tem planos de articular uma candidatura, principalmente com a presença do DEM, é melhor que o PMDB saia agora do governo. ;É obvio que não me interessa empurrar o PMDB para a aliança com o DEM, porque isso poderá provocar uma candidatura forte contra o presidente Lula em 2010. Mas também não há sentido em manter uma aliança, que vai resultar em uma candidatura contra a minha em 2010;, disse o governador. Já o ministro Geddel não confirmou ter ouvido de Wagner esse posicionamento no encontro. Mas a divergência no discurso não é a única forma de evidencia o mal-estar que ainda dá o tom das conversas entre o governador e o ministro. Hoje, com a presença do presidente Lula em Salvador, onde participou da 9ª Cúpula Brasil-Portugal, Geddel o recepcionou na base aérea, mas não o acompanhou na comitiva, que seguiu para o centro da cidade. Na noite anterior, o ministro já havia se mostrado reticente em aparecer ao lado de Wagner. Geddel também não participou da reunião ampliada da qual participaram ministros brasileiros e portugueses, além do presidente Lula e do primeiro-ministro de Portugal, Jose Sócrates, nem da visita dos dois presidentes e comitiva ao navio escola Sagres, de bandeira portuguesa. Wagner participou da reunião e Geddel preferiu ficar do lado de fora, onde conversou com jornalistas. Ele disse que o encontro com o governador foi cordial, mas que os dois evitaram cobranças. ;O governador não tem idade para me dar conselho nem eu tenho idade para dar conselho ao governador. O governador não cobra de ministro nem ministro cobra de governador;, disse Geddel, que insistiu na argumentação de que os problemas existiram muito mais ;nas páginas dos jornais; do que na relação dos dois. O ministro evitou, a todo momento, falar sobre o futuro político e sobre a possível aliança entre o PMDB e o DEM, legenda liderada na Bahia por Antônio Carlos Magalhães Neto. ;Vamos dicutir 2010 quando 2010 chegar e repito aquilo que eu disse: se pudermos estar juntos com o PT em 2010 é o ideal;, disse. Ao deixar de definir seu futuro político, Geddel ainda jogou para Wagner a opção de estar ou não com o PMDB. ;A caneta é do governador do estado, portanto, quando ele entender que deve afastar o PMDB que o faça. Naturalmente, vamos trabalhar na linha de tentar manter a nossa aliança;, disse o ministro, que desviou a conversa quando o assunto foi a sua possível candidatura ao governo da Bahia em 2010. ;Eu vou lutar bravamente para estar vivo em 2010", disse o ministro. Hoje, não interessaria a Geddel sair do Governo pois, com sua atuação na pasta da Integração Nacional, o PMDB fez 113 prefeitos em municípios pequenos do interior da Bahia. Sem o ministério, na opinião de especialistas, Geddel dificilmente manteria seu prestígio junto aos prefeitos, que são dependentes das políticas do governo federal e estadual. Durante a campanha no segundo turno, João Henrique, candidato apoiado por Geddel, se colocou como o grande traído pelo PT e por repetidas vezes lembrou que o partido do governador e do seu adversário, Walter Pinheiro, esteve em seu governo com quatro secretarias até abril deste ano, ou até o PT lançar o nome de Pinheiro, que acabou concorrendo com o dele.

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