Politica

Aliança pró-Serra vai governar metade de SP

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postado em 29/10/2008 12:02
Um dos nomes cotados para disputar a sucessão do presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, o governador tucano José Serra terá a partir de 1° de janeiro quase 25 milhões dos 41 milhões de paulistas sob o comando de administrações municipais engajadas diretamente no projeto de levá-lo ao Palácio do Planalto. Juntas, PSDB, DEM e o neo-parceiro PMDB foram as siglas que mais elegeram prefeitos no Estado de São Paulo neste ano -349 no total, mais da metade dos 645 municípios- e receberam 15,4 milhões de votos. A própria oposição a Serra admite que o tucano poderá contar ainda com mais prefeituras, já que na Assembléia paulista outros partidos estão com o governo estadual, como o PTB, o PDT, o PP e o PV. Mas o PT avalia que pode brigar pelos prefeitos desses partidos, já que todas as siglas fazem parte da base de apoio de Lula e têm cargos na Esplanada dos Ministérios. Em Campinas, por exemplo, Dr. Hélio (PDT) tem o PT como vice. Outro aliado do governador é o PPS -que tem 29 prefeituras e 772 mil habitantes. Na eleição deste ano, os tucanos venceram em 202 cidades paulistas, apenas quatro a mais do que em 2004. Em termos populacionais, o PSDB fica atrás do PT, que obteve êxitos importantes nos grandes centros: 7 milhões de pessoas administradas contra 7,3 milhões dos petistas. Mas, para alento dos tucanos, o aliado preferencial de Serra, o DEM, será o partido que governará o maior número de cidadãos: 13,8 milhões de pessoas. Além da vitória na capital (maior cidade da América Latina), o partido também cresceu no interior, onde conquistou 76 cidades neste ano, sendo algumas delas importantes centros regionais, como Ribeirão Preto, até então tradicionalmente polarizada entre PT e PSDB. O DEM superou ainda, pela primeira vez, o PMDB no número de prefeituras conquistadas no Estado. O partido do ex-governador Orestes Quércia, que na capital apoiou a reeleição do democrata Gilberto Kassab, caiu de 90 em 2004 para 70 neste ano -3,4 milhões de habitantes. Quércia, que controla com mão-de-ferro os peemedebistas de São Paulo, já declarou que trabalhará para que Serra seja o candidato a presidente. Seu maior entrave será Bauru, onde o PT é vice do PMDB. Oposição O PT, a despeito da derrota de Marta Suplicy para Kassab, também aumentou seu poder no Estado. Governará 7,3 milhões de pessoas, 2 milhões a mais em relação a 2004 -saltou de 57 cidades para 64, sendo 10 delas na populosa região metropolitana da capital. Os candidatos petistas foram votados por 8,4 milhões de eleitores. A avaliação interna do partido é que há uma recuperação no Estado, após a crise do mensalão. As vitórias no entorno da capital, dizem reservadamente os petistas, são fundamentais para "cercar" Serra. Entre essas cidades estão Guarulhos, São Bernardo do Campo, Osasco, Diadema, Mauá e Carapicuíba. Somadas, elas têm um eleitorado de 2,6 milhões de pessoas. O Estado de São Paulo é considerado estratégico pelas direções do PSDB e do PT. Nos dois turnos da disputa presidencial de 2006, Luiz Inácio Lula da Silva foi derrotado por Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. Esse resultado gera um temor na direção do PT. Membros do partido analisam que, se Lula perdeu no maior colégio eleitoral do país, o resultado pode ser pior com um candidato sem o mesmo carisma do presidente.

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