postado em 31/10/2008 18:34
Após uma semana e meia do fim das eleições municipais, o Diretório Nacional do PT se reúne em Brasília, nos dias 7 e 8, para analisar os resultados das urnas. A reportagem apurou que serão evitados temas espinhosos, como as derrotas em São Paulo e Porto Alegre e a exposição de feridas abertas no processo eleitoral. As discussões deverão ser acirradas com a disputa interna pela sucessão à presidência da legenda.
No final de 2009, os petistas escolherão o novo comando nacional do partido. Por enquanto três nomes são cogitados para disputar a presidência da legenda: o chefe-de-gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gilberto Carvalho, que representa a maior corrente interna que é a Construindo um Novo Brasil; Valter Pomar, da linha Articulação de Esquerda, e Jilmar Tatio, da ala Lutas e Massas.
De acordo com petistas, a tendência é que todas as correntes internas do partido lancem candidatos para a disputa. Em dezembro de 2007, Pomar e Tatto concorreram e perderam a eleição para Ricardo Berzoini (SP). Na ocasião, havia 918 mil filiados aptos para a votação, que foi realizada em dois turnos.
O sucessor de Berzoini será o responsável pela condução da campanha presidencial-- a primeira em que Lula não disputará a votação em nome do PT. O desafio aumenta ainda mais com a determinação do partido em ampliar o número de governadores, senadores e deputados federais e estaduais em todo país.
Sem mea culpa
A exemplo dos demais partidos, o PT interpretou os resultados das eleições municipais como sinalização para a definição de estratégias para 2010. Por essa razão, os petistas evitarão expor os erros cometidos nas campanhas deste ano. A idéia é ressaltar os acertos, minimizar as falhas e curar as feridas, segundo interlocutores do comando do partido.
Exatamente como o realizado na reunião da Executiva Nacional do PT, na última segunda-feira (27), serão apreciados percentuais relativos ao resultado eleitoral por meio de um mapeamento dos dados.
O objetivo é ressaltar o aumento de 35% do número de petistas ocupando prefeituras, das quais 40% têm mais de 150 mil habitantes e ainda a elevação em 13% da quantidade de vereadores eleitos. Também será destacado o fato de o PT ter sido o partido que mais reelegeu prefeitos no país.
Derrotas expressivas, como as Prefeituras de São Paulo, em que Marta Suplicy foi vencida por Gilberto Kassab (DEM), Porto Alegre (RS) --onde Maria do Rosário foi derrotada por José Fogaça (PMDB)-- e Salvador (BA) --onde Walter Pinheiro perdeu para João Henrique (PMDB)-- serão justificadas individualmente.
A reportagem apurou que, mais vez, os petistas deverão afirmar que nos três lugares a principal razão que levou à derrota foi o denominado fator reeleição. No entanto, o caso de São Paulo será tratado como a questão da polarização de forças, tendo de um lado PSDB e DEM, contra o PT, apontado como centro-esquerda.