Politica

Ciro atrás dos votos de petistas e peemedebistas

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postado em 01/11/2008 08:37
Dissidências dentro do PT e do PMDB, além da antipatia que alguns parlamentares nutrem em relação ao peemedebista Michel Temer (PMDB-SP), são os trunfos com os quais o grupo de apoio à candidatura de Ciro Nogueira (PP-PI) para a Presidência da Câmara espera contar. Para não desanimar diante da contabilidade oficial da base de Temer ; que soma petistas e peemedebistas, as maiores bancadas da Casa ;, o discurso dos defensores de Ciro se baseia no fato de que, na hora do voto, integrantes das duas legendas devem descumprir a orientação partidária porque não são adeptos ao estilo do peemedebista de lidar com os colegas. ;A presidência é uma escolha mais pessoal do que partidária. Temos ouvido de alguns deputados dessas grandes legendas que eles vão votar no Ciro. Eles não declaram isso abertamente porque a orientação do partido é outra. O fato é que temos votos em todas as legendas, e o PP vai lançar uma candidatura forte e promissora;, profetiza o líder do partido na Câmara, Mário Negromonte (BA). Em conversas reservadas, integrantes do grupo de apoio ao pepista admitem acreditar em uma tese otimista o suficiente para mudar o placar favorável ao PMDB. Segundo eles, alguns petistas com maior visão de futuro ; ou mais preocupados com a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ; devem perceber antes da eleição para a presidência da Casa, em fevereiro, que alimentar o crescimento do PMDB pode ser um tiro no pé do PT, cuja ferida vai aparecer na eleição presidencial de 2010. ;Uma hora ou outra eles vão entender que se derem espaço demais para os peemedebistas podem criar um monstro que a qualquer momento vai se bandear para o lado da oposição e apoiar um candidato diferente do lançado pela base governista. Isso sim será um problema para este governo;, diz um peemedebista simpático à candidatura de Ciro Nogueira. Outro assunto que ronda as reuniões dos partidários da candidatura do PP à Presidência da Câmara se refere às lembranças do fenômeno de 2005, quando o então deputado do baixo clero, Severino Cavalcanti, aproveitou um racha no PT e se elegeu presidente da Casa. O raciocínio desses parlamentares é simples: a eleição de 2005 mostrou a capacidade de os petistas se dividirem e a tendência de deputados do baixo clero de preferirem uma candidatura distante e independente do governo. Irredutível Diante da contabilidade dos possíveis dissidentes e do otimismo dos seus aliados, o deputado Ciro Nogueira disse ontem que sua candidatura é irreversível e que o fato de ter decidido lançá-la oficialmente em dezembro não é uma sinalização de que até lá possa negociar sua saída da disputa em troca de cargos no governo. ;Essa questão de ministérios seria muito ruim para Casa. Para mim não teria cabimento, não teria a menor possibilidade de eu aceitar. Acho que é quase impossível desistir da minha candidatura. Acho que é irreversível;, garantiu o parlamentar. O pré-candidato à presidência criticou a antecipação do lançamento da candidatura de Michel Temer e a disposição peemedebista de participar da negociação sobre uma eleição interna levando em consideração também o Senado e os acordos com o governo. ;Desde o início, eu considero um erro da candidatura do Temer tratar os temas de fora para dentro da Casa. Ele (Michel Temer) se preocupa mais com o acordo no Senado. Dessa forma, ele pode ser um adversário fácil de ser batido;, avaliou o candidato do PP.

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