Politica

PT avalia falha nas campanhas municipais

;

postado em 02/11/2008 10:34
A cúpula do PT está preocupada com o resultado em estados onde o partido teve crescimento pouco significativo ou regrediu no número de prefeituras administradas em comparação com o pleito de 2004. Esta lista sublinha os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que têm sido os pontos nevrálgicos da legenda e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Executiva Nacional do PT fez uma avaliação qualitativa do desempenho nos 26 estados e colocou em atenção a metade. Desse total, seis tiveram crescimento de 10% a 25%; dois elegeram o mesmo número de prefeitos de 2004; e em cinco houve redução. A determinação é avaliar os obstáculos e promover renovação dos quadros. Em três estados, o PT elegeu o prefeito da capital, mas teve performance insignificante no interior. Em Tocantins, o partido administrará 12 cidades, quatro a menos do que em 2004. Os petistas elegeram exatamente oito cidades em Pernambuco, mantendo a participação petista em 4,3% dos 184 municípios do estado. Em Rondônia, a legenda conquistou apenas quatro cidades, três a menos do que na eleição anterior, reduzindo a participação petista para 7,7% do total de 52 municípios do estado. Na contabilização da cúpula, Alagoas é a situação mais precária. O partido elegeu apenas uma prefeitura contra duas em 2004. O número é preocupante, levando em conta que o estado tem 102 municípios. A Executiva cobra dos diretórios estaduais uma avaliação dos obstáculos encontrados e apontem a estratégia de crescimento para 2010. A preocupação é com a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Hora de reflexão O partido foca no estresse ocorrido em São Paulo e no Rio Janeiro. A candidata Marta Suplicy encolheu no número de votos na disputa pela capital paulista. ;São Paulo exige uma reflexão profunda porque tínhamos uma excelente candidata, uma boa estrutura de campanha e fomos derrotados;, disse o secretário-geral do PT, deputado José Eduardo Cardoso (SP). Essa reavaliação, argumentou o dirigente, deve levar em conta o nível de diálogo com setores da classe média, sobretudo. ;Esse é um setor da sociedade que não conseguimos conversar direito, mostrar propostas;, acrescentou Cardoso. Para o deputado Carlito Merss (PT-SC), eleito prefeito de Joinville (SC), o problema dos paulistas é a consolidação do voto anti-PT da classe média. O presidente do PT, Ricardo Berzoini, considera a votação de Marta o teto do PT na capital, o que significa um encolhimento do partido. No segundo turno, ela teve cerca de 500 mil votos a menos do que Lula conquistou em 2006, também no segundo turno Outra derrota significativa este ano para o partido foi em Santo André, cidade do ABC paulista. No começo do segundo turno, era dado como certa a eleição do deputado estadual Vanderlei Siraque, tanto que a campanha entrou num ritmo de ;já ganhou; que não foi capaz de enxergar o crescimento da candidatura de Aidan Ravin, segundo a avaliação feita por Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, deslocado para cuidar das campanhas petistas no segundo turno. São Paulo tem 645 municípios, dos quais 64 serão administrados por petistas, crescimento de oito cidades na comparação com o pleito anterior. Esse aumento de 14% teve comemoração limitada pelos dirigentes estaduais. Eles agora defendem uma renovação nos quadros do partido, abrindo espaço para lideranças com mais interlocução com setores médios da sociedade paulista. Cabral No Rio de Janeiro, os números também não são alentadores. A aliança com o governador Sérgio Cabral (PMDB) é frutífera e vista com bons olhos para 2010, porque ele será um ótimo cabo eleitoral para um candidato do presidente Lula, caso a aliança entre petistas e peemedebistas permaneça. Mas o partido míngua. Administrará 10 cidades, só duas a mais que em 2004, uma fatia de 11% do total de municípios do estado. ;Tínhamos expectativas de vitória que não foram confirmadas. Em alguns estados, nós decrescemos, mas fomos o segundo partido mais votado no país;, defendeu a senadora Fátima Cleide (RO), integrante da Executiva Nacional. Esses números serão apresentados e discutidos na reunião ampliada do Diretório Nacional prevista para esta semana.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação