Politica

Governo e base aliada apostam no tempo para compor comandos no Congresso

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postado em 02/11/2008 21:28
Autoridades do governo e os partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apostam no tempo para tentar manter a equivalência de poderes entre o PMDB e o PT nas presidências do Senado e da Câmara dos Deputados. Os peemedebistas já lançaram a candidatura do deputado Michel Temer para a presidência da Câmara e agora se articulam também para continuar no comando do Senado. Em entrevista à reportagem, o ministro de Relações Institucionais da Presidência da República, José Múcio Monteiro, disse que o governo está atento para não permitir qualquer fracionamento na sua base de apoio no Congresso Nacional. Acrescentou que há tempo até as eleições das Mesas Diretoras, em fevereiro de 2009, para que se chegue a um acordo entre os aliados. Amanhã (3), às 10h, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se com o Conselho Político e o ministro acredita que esse é um dos assuntos que deverão ser tratados. ;Num governo de coalizão tão grande como o do presidente Lula não podemos permitir fracionamentos na nossa base aliada. No entanto, tem muito tempo pela frente e não podemos nos precipitar;, afirmou o ministro. No PMDB, já se fala numa eventual candidatura do senador José Sarney (AP), que presidiu a Casa por duas vezes. Já o PT tem no primeiro vice-presidente, Tião Vianna (AC), o nome para assumir o cargo no ano que vem. Para o ministro José Múcio Monteiro, no entanto, o momento agora ;é de avaliações;. Esse é o mesmo raciocínio da líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC). A senadora lamenta que a disputa pela Presidência do Senado tenha começado ;antes do tempo devido;. Acrescentou que agora cabe ao partido ;trabalhar com muita calma; para tentar viabilizar o nome do senador Tião Vianna. A líder petista considera que na semana passada houve avanços significativos em favor do petista. Como exemplo, a senadora comentou as resistências que teriam na bancada do PSDB a entregar as presidências da Câmara e do Senado aos peemedebistas. Ela também questiona o argumento utilizado por parlamentares do PMDB de que, por ser o maior partido na Câmara e no Senado, a legenda tem o direito de comandar as duas Casas. ;Se somarmos as bancadas de todos os partidos se vê que o PMDB não chega a um quinto da representação no Congresso. Portanto, eu acho que ter a presidência nas duas Casas não seria adequado por causa da concentração de poderes;, afirmou. Essa, no entanto, não é a opinião do líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO). Ele não vê problemas em seu partido ter a presidência da Câmara e do Senado. ;Se o PMDB tivesse a Presidência da República tudo bem, haveria uma concentração de poderes, o que não é o caso;, acrescentou. Ele considera que se não houver qualquer objeção no Democratas e no PSDB dificilmente os peemedebistas deixarão de continuar na presidência do Senado. Quanto a entregar o cargo aos petistas, Raupp considera que Tião Vianna não seria um mal presidente. Entretanto, ressalva que ;o problema é que o senador está num partido pequeno;. Valdir Raupp, que foi sempre um crítico da antecipação do processo eleitoral para as presidências da Câmara e do Senado, acredita no entendimento dos partidos da base e da oposição em torno das candidaturas de Michel Temer para a Câmara e de um nome ainda a ser definido na bancada peemedebista para o Senado. Já o líder do PSB, Renato Casagrande (ES), destaca que as sucessões no Congresso serão complexas, especialmente no que diz respeito ao Senado, e o governo terá que entrar nessas articulações se quiser manter a harmonia em sua base política. ;O governo vai ter que entrar fundo nessa articulação;, disse ele, acrescentando ser um defensor do equilíbrio de forças no Parlamento.

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