Politica

Aécio defende chapa pós-Lula

Governador mineiro diz que aliança com outras legendas é o melhor caminho para que o PSDB chegue a 2010 com grandes chances de vitória

postado em 06/11/2008 09:04
O governador de Minas Gerais, Aécio Neves, afirmou ontem, em visita a Brasília, que o PSDB não deve ter uma chapa puro-sangue para as eleições presidenciais de 2010. ;Não tem sentido chapa única;, declarou. Para ele, sua legenda não pode chegar ao Palácio do Planalto nas próximas eleições sem compartilhar o poder com outros partidos. ;Temos que conquistar as forças políticas que estão sob o guarda-chuva do presidente Lula hoje, mas que não deverão estar amanhã;, disse. Aécio Neves defendeu que o PSDB atraia, por exemplo, o PMDB e até outras legendas da base aliada para uma chapa que ele intitulou de ;pós-Lula;. ;Ninguém vence as eleições solitariamente nem governa;, sustentou, em conversa com os jornalistas. Fortalecidos Aécio Neves disse que os tucanos saíram fortalecidos das eleições municipais. Ele e governador de São Paulo, José Serra, conseguiram eleger aliados para as capitais e conquistaram, em seus estados, o maior número de prefeituras. ;A eleição não teve um grande vitorioso. O PSDB sai bem desse pleito como a principal alternativa de poder;, afirmou, ao ressaltar que o partido é um ;pólo aglutinador extremamente viável em política;. Com um discurso de presidenciável, o governador de Minas defendeu prévias dentro do PSDB para a escolha do nome para concorrer à Presidência da República. ;Se houver mais de um nome, que ela ocorra;, disse. Ao sustentar que essa forma de disputa interna dá mais credibilidade à decisão, Aécio citou como exemplo as prévias realizadas pelo partido Democrata nos Estados Unidos, que consagraram Barack Obama, eleito ontem presidente, como candidato. Os tucanos, entretanto, ainda não decidiram se farão ou não uma disputa interna para decidir o nome que disputará a eleição. Transferência de votos O governador mineiro disse que dificilmente uma candidatura do PT terá o condão de aglutinar uma base de apoio tão grande quanto ocorreu com o presidente Lula. O partido de Lula busca lançar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na corrida presidencial daqui a dois anos. Aécio contemporizou o tão propalado poder de transferência de votos de Lula, detentor de grandes índices de aprovação popular. ;Essas eleições nos deixaram alguns ensinamentos: o principal deles é que ninguém tem o dedo de Midas de eleger quem quiser. Acho que nas eleições de 2008 o presidente Lula e o Brasil perceberam isso;, afirmou o tucano. Durante a visita, ele subiu o tom das críticas sempre sutis que faz em relação ao governo Lula e declarou que a atual gestão não deu importância para a questão ética, numa velada referência ao abafamento de escândalos de corrupção. Aécio criticou ainda os gastos públicos do governo federal, classificados por ele de ;irresponsáveis;. ;É um governo extremamente perdulário. (Vamos) gastar menos com a estrutura do Estado e mais com as pessoas. Mas não vamos gastar com a companheirada;, alfinetou. Na rápida passagem pelo Congresso, Aécio visitou os presidentes do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e as lideranças do PSDB das duas Casas. O governador veio à capital para tentar sensibilizar as lideranças do Congresso quanto ao projeto que altera os repasses tributários referentes à Lei Kandir ;; que isenta os estados exportadores de pagamento de ICMS.

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