Politica

Representantes do PDT no DF decidem manter neutralidade em relação ao governo local

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postado em 11/11/2008 08:57
Depois de muita controvérsia e discussão, o PDT do Distrito Federal decidiu: continua em cima do muro. O senador Cristovam Buarque, que ameaçou se licenciar, não vai se afastar da presidência regional da legenda e a executiva decidirá apenas entre março e abril de 2009 sua posição oficial em relação ao governo do democrata José Roberto Arruda. A deliberação de continuar na neutralidade foi tomada na noite de ontem, em reunião na sede do PDT. Enquanto isso, o partido continua no governo. O tema principal do encontro era uma possível renúncia ou a licença de Cristovam do comando do PDT-DF. Ele anunciou que poderia passar a presidência para algum integrante da executiva, caso os governistas do partido insistissem em anunciar apoio ao governo do Distrito Federal. Cristovam não é contra a participação de pedetistas na administração de Arruda, mas não quer nenhuma declaração explícita de adesão porque avalia que essa decisão terá impacto nas alianças do partido para as próximas eleições. Depois de duas horas de debates no PDT, ficou acertado que apenas no início do próximo ano o partido vai tomar uma posição. Cristovam afirmou que decidiu ficar na presidência porque ouviu muita gente e levou em conta um telefonema do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que comanda extra-oficialmente o partido. Na conversa, Lupi pediu cautela ao senador e recomendou que ele evitasse uma decisão precipitada. O senador do Distrito Federal queria se afastar da presidência regional para externar algumas posições pessoais em relação ao governo local. Ele também conversou com vários pedetistas sobre a possibilidade de deixar o partido. ;Hoje, mais ainda do que em 2005, quando mudei de sigla, estou convencido de que o PDT é o partido capaz de carregar a bandeira da causa educacionista;, afirmou. ;Se, o que eu não acredito, o PDT um dia tomar o mesmo rumo de outros partidos, eu não mudarei outra vez de partido, continuarei no PDT, e deixarei de disputar eleições;, acrescentou em carta encaminhada ao Correio e distribuída aos correligionários. Aliados Se Cristovam prefere a neutralidade, Arruda tem outros aliados no partido, como Peniel Pacheco, atual secretário de Justiça e Cidadania do DF, e Ezequiel Nascimento, secretário de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho. Ambos são contrários à indefinição. Defendem o apoio ao governo e também uma postura mais governista do deputado distrital José Antônio Reguffe (PDT) na Câmara Legislativa. Eles sustentam que não há necessidade de firmar agora nenhuma aliança formal com Arruda com vistas às eleições de 2010, mas acreditam que a neutralidade é ruim para o partido que poderia ocupar espaços importantes na administração local. ;Duas coisas estão certas: Cristovam é presidente e o partido é governo;, disse Ezequiel ao Correio. Para Reguffe, o PDT deveria mudar o tom dos discursos e se preocupar mais com programas do que com cargos. ;A troca de apoio por cargos lembra a política antiga. O partido deveria ter virado essa página;, reclama o distrital. Na reunião, ele revelou que pretende votar contra a revisão do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (Pdot), um dos projetos de maior interesse no Executivo local, mesmo se o PDT fechar posição favorável à matéria em discussão na Câmara Legislativa.

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