Politica

Em carta enviada a secretariado, Arruda cobra mudanças na condução da máquina administrativa

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postado em 12/11/2008 08:30
Todos os secretários foram chamados a uma reflexão sobre os rumos do governo em carta encaminhada pelo governador José Roberto Arruda (DEM) a cada integrante do primeiro escalão na semana passada. Num texto de quatro páginas, ele demonstra pressa em obter resultados e cobra de seus auxiliares uma mudança na forma de administrar, com menos burocracia, mais descentralização e foco. Arruda dá ainda razão ao Ministério Público do Trabalho que tem movido ações contra o Executivo pelo excesso de servidores comissionados. O texto foi escrito uma semana depois do segundo turno das eleições municipais. Contaminado pelo resultado das urnas, Arruda decidiu fazer uma avaliação geral de sua administração. ;Estamos no meio do nosso mandato. Como seremos julgados daqui a dois anos?;, escreveu no início da reflexão. ;Bons administradores foram reeleitos, independente de siglas partidárias ou rótulos ideológicos;, acrescentou na carta, também tomando como base o desempenho dos prefeitos que conseguiram um segundo mandato neste ano. Considerado, por temperamento, muito centralizador nas decisões, Arruda pede a seus secretários que avaliem formas de delegar e distribuir tarefas. Cita como exemplo de sucesso a descentralização da gestão das escolas públicas, cujas diretorias receberam a responsabilidade de administrar o próprio orçamento para pagamento de contas de água, luz e telefone. No texto, Arruda discute a possibilidade de estender a experiência a postos de saúde e ampliar a liberdade de atuação das administrações regionais. ;Todos os estudos e experiências demonstram que a descentralização diminui a corrupção, diminui os custos, aumenta a eficiência;, analisou. Demora Ele também pede mais eficiência na condução dos projetos e reclama de que rotineiramente ouve o mesmo relato de secretários sobre a demora para obter resultados: a culpa é do Tribunal de Contas do Distrito Federal, dos órgãos ambientais ou do Ministério Público. ;Se você acredita no que faz, chame a si a responsabilidade, supere obstáculos, encha o saco dos que atrapalham, vá atrás ao invés de ficar esperando, e resolva;, orientou. Num trecho da carta, Arruda reage ao suposto excesso de comissionados no governo. Em ações contra o Executivo, o Ministério Público exige a demissão de 705 servidores, considerados falsos comissionados por exercerem funções de funcionários de carreira. ;Não consigo deixar de dar certa razão ao Ministério Público. Temos comissionados demais. Para tirar cópia xerox é necessário cargo de confiança?;, questionou. Para Arruda, tal atitude é um ;exagero; e ele pergunta se os comissionados não deveriam ser substituídos por concursados ou por terceirizados, empregados de empresas prestadoras de serviços, a depender do critério da economia para os cofres públicos. Arruda parece mesmo interessado em organizar o trabalho em sua equipe. Durante todo o dia de ontem, ele participou de uma reunião com administradores regionais e secretários. Pediu mais integração e entrosamento entre primeiro e segundo escalões. E ainda reclamou de casos de irregularidades. Disse que não vai admitir indícios de corrupção. Prometeu afastar quem se envolver em casos nebulosos.

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