postado em 12/11/2008 09:20
Para o ministro-chefe da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, o ano de 2009, quando não haverá eleições nem o Brasil estará na presidência temporária do Mercosul, deve ser destinado discussão sobre a formação de um paradigma para os próximos dez anos para educação em direitos humanos.
"Estou convencido de que, no caso brasileiro, temos que fazer um profundo mergulho no tema educação em direitos humanos, porque realmente o Brasil hoje mostra episódios em que os juízes, às vezes de tribunais superiores, decidem, intervêm no debate, com pouquíssimo conhecimento sobre direitos humanos", afirmou o ministro, na abertura da 14ª Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos e Chancelarias do Mercosul e Estados Associados (RAADH). "É possível nos termos brasileiros, que tem uma lei de diretrizes e bases da educação, pensar uma lei de diretrizes e bases da educação em direitos humanos."
O ministro acha que seria necessário melhorar a formação em direitos humanos nas áreas policiais, militares, cursos de direito, de relações internacionais ede engenharia, com discussões sobre acessibilidade, entre outras.
Vannuchi também defendeu que a questão das drogas seja analisada e tratada sob a ótica dos direitos humanos, em lugar da repressão, inclusive para tornar mais efetivo o combate ao tráfico.
"A experiência das últimas décadas não indica que a prioridade repressiva, a militarização, a internacionalização militarizada do enfrentamento seja o enfoque mais eficiente do que outros enfoques conhecidos no mundo, como redução de danos, com reconhecimento do uso e um diálogo livre, não repressor na sociedade como um todo", disse Vannuchi.