Politica

Tarso Genro sem pressa para deixar o governo

Acordo no PT gaúcho dá mais tempo a Tarso Genro, que deve ficar no comando do Ministério da Justiça, antes de tentar ser candidato ao governo gaúcho

postado em 13/11/2008 08:43
O ministro da Justiça, Tarso Genro, pensa em deixar o governo mais cedo. Mas não tão cedo quanto seus adversários gostariam. Nas últimas semanas, circularam no governo e Congresso boatos de que ele deixaria o cargo em janeiro de 2009, para alavancar sua candidatura ao governo do Rio Grande do Sul. Em conversas reservadas, ele atribui a versão ao desejo dos inimigos. Segundo ele, as condições políticas no Rio Grande do Sul mudaram e lhe dão mais fôlego para permanecer no cargo. A troca de Brasília pelos Pampas, se acontecer, não será antes da metade do ano que vem. Nos últimos dias, os caciques do PT gaúcho consolidaram um acordo de procedimentos para evitar a divisão do partido nas eleições de 2010. O senador Paulo Paim, cotado para disputar o governo do estado, já sinalizou que aceita concorrer à reeleição. Como o grupo da deputada Maria do Rosário saiu enfraquecido da derrota nas eleições municipais, a disputa pelo candidatura ao governo fica entre Tarso e o ex-governador Olívio Dutra. Os dois concordaram em evitar a disputa de prévias. A idéia é que o candidato seja escolhido em negociações feitas entre a cúpula e as principais correntes internas do partido. O objetivo é evitar o erro de 2002, quando Tarso venceu Olívio, que então era o governador, após uma dura prévia. Depois, com o partido dividido, foi derrotado pelo candidato do PMDB, Germano Rigotto. A partir daí, o PT não voltou mais ao governo do estado. A escolha do candidato por um processo mais fechado poupa Tarso Genro da necessidade de antecipar para o início de 2009 sua saída do ministério. Se fossem prévias, ele poderia ser forçado a isso. Afinal, seria difícil vencer Olívio tendo que se dividir entre a campanha e a agenda de ministro, enquanto o adversário passa o tempo todo no Rio Grande do Sul. Visibilidade Se não for o escolhido, Tarso pretende ficar no cargo até o fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Se for o candidato, admite antecipar a saída, mas isso dependerá de como se mostrar a campanha no Rio Grande do Sul. Afinal, o cargo de ministro lhe garante visibilidade e estrutura. Há poucos dias, ele disse à integrantes de sua equipe que deixassem as malas prontas, mas avisou que seu calendário é flexível. ;Posso sair em julho de 2009, dezembro de 2009 ou março de 2010;, comentou. Em conversas reservadas, o ministro reconhece que há pressões para sua saída, em especial de setores do PMDB. Ele conta com a simpatia da cúpula do partido e do presidente nacional, deputado Michel Temer (SP). Mas sabe que os senadores peemedebistas gostariam de ver em seu lugar o ministro da Defesa, Nelson Jobim. É a esse grupo que ele se refere, quando diz que o esforço para derrubá-lo na verdade é uma tentativa de mudar o foco de investigações da Polícia Federal.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação