postado em 13/11/2008 10:43
O presidente da Asbin (Associação dos Servidores da Agência Brasileira de Inteligência), Nery Kluwe, afirmou que havia na sede da Abin, em Brasília, uma sala reservada para agentes do órgão trabalharem com documentos da Operação Satiagraha, investigação sob comando da Polícia Federal.
Sabia-se, até então, que agentes da Abin trabalharam, durante a investigação, em prédios da PF e não na sede da Agência. Kluwe disse ainda que a sala na Abin foi reservada ao trabalho por ordem do diretor-geral da agência, Paulo Lacerda, afastado desde setembro.
À frente da entidade que representa os funcionários da Abin, Kluwe defende que Paulo Lacerda deixe definitivamente o comando do órgão.
A assessoria do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), ao qual a Abin é vinculada, informou que a declaração de Kluwe reflete apenas uma opinião do presidente da Asbin.
Desde a operação de busca e apreensão na Abin, feita na semana passada pela PF, Kluwe tem levantado informações sobre o caso porque, segundo ele, houve constrangimento de funcionários.
A ação de busca na Abin ocorreu no inquérito da PF que investiga vazamento de informações da Operação Satiagraha para a imprensa.
Essa investigação também apura se o delegado Protógenes Queiroz, que comandava a Operação Satiagraha, usou ilegalmente os serviços da Abin.
Conforme Kluwe, a busca e a apreensão da PF ocorreram, também em Brasília, justamente na sala onde os agentes da Abin trabalhavam com dados da Operação Satiagraha.
A reportagem telefonou oito vezes, entre 18h30 e 19h40, para o celular do assessor da direção da Abin, mas o telefone estava fora de serviço.