postado em 14/11/2008 11:09
O diretor-geral interino da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Wilson Trezza, afirmou nesta quinta-feira (13/11) que o "ideal seria que fôssemos avisados com antecedência" sobre a operação de busca e apreensão da PF em prédios do órgão. A PF fez a ação na semana passada no inquérito que investiga vazamento de informações da Operação Satiagraha.
"Quando um órgão de inteligência passa a ser alvo de busca e apreensão há uma surpresa", afirmou o diretor-geral.
O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Felix, se reuniu ontem com os servidores da Abin. "Conversamos sobre últimos episódios e esclarecemos algumas coisas de interesse do conjunto dos nossos servidores", afirmou Trezza.
Felix disse que fez uma consulta informal à AGU (Advocacia Geral da União) sobre as apreensões "porque o tema estava no âmbito da Justiça. Mas, como o juiz já havia decidido, negociamos com o Ministério da Justiça", disse o general, referindo-se ao acordo para uma equipe da Abin acompanhar a perícia nos computadores apreendidos durante as investigações da Polícia Federal.
O presidente da Asbin (Associação dos Servidores da Agência Brasileira de Inteligência), Nery Kluwe, afirmou ontem que pretende interpelar judicialmente Felix para saber o que o general falou sobre vazamentos de informações durante a reunião de ontem com os funcionários.
Kluwe disse que tem a informação de que, durante o encontro, o general responsabilizou servidores da Abin.
Felix evitou comentários sobre a declaração de Kluwe. "É um direito e uma decisão dele. Qualquer cidadão pode questionar a minha atuação como ministro", afirmou o general.