postado em 16/11/2008 16:48
A candidatura do ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) ao governo de Minas em 2010 foi defendida neste domingo (16/11) por petistas ligados à corrente Articulação - entre eles o ministro Secretaria Geral da Presidência, Luiz Dulci. O encontro estadual da tendência partidária também foi marcado por críticas à aliança costurada pelo prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), com o PSDB do governador Aécio Neves na eleição municipal. Pimentel não foi convidado para a reunião. Indiferente ao encontro da tendência ao qual é ligado no plano nacional, viajou para Paris, onde participou de reuniões ao lado de Aécio.
Dulci evitou comentar a especulação em torno de um eventual convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o prefeito assuma uma pasta ministerial. Ele destacou que se trata de uma atribuição exclusiva do presidente. "Qualquer decisão do presidente Lula sobre montagem de equipe do governo será respeitada por nós. Mas, obviamente, é uma atribuição pessoal dele."
Guerra interna
Estrelas do evento, Patrus e Dulci pregaram o fim da guerra interna no PT mineiro - deflagrada após a polêmica aliança e tendo como pano de fundo a disputa entre o próprio ministro do Desenvolvimento Social e o prefeito pela indicação como candidato ao governo em 2010 - e defenderam que Pimentel não seja punido por, conforme acusam setores da Articulação, ter desrespeitado a orientação nacional da legenda.
"Eu particularmente não defendo nenhum tipo de punição para ninguém", disse o ministro Secretaria Geral da Presidência. Segundo ele, as críticas ao processo em Belo Horizonte são legítimas, mas não devem nortear o esforço do PT para "oferecer a Minas Gerais uma alternativa". "Que a partir de 2010 Minas tenha um governo progressista, um governo que tenha o social como prioridade efetiva, o que não aconteceu nos últimos seis anos. Que não seja neoliberal, que seja um governo de centro-esquerda".
No seu discurso, Dulci disse que tem "muito entusiasmo" com a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para a sucessão de Lula e do colega Patrus para o Palácio da Liberdade em 2010. "Se depender das lideranças que estavam aqui, nós deveríamos lançar o ministro Patrus para governador do Estado."
Embora cauteloso, o ministro do Desenvolvimento Social admitiu claramente pela primeira vez a possibilidade de sair candidato ao Palácio da Liberdade. "Sempre defendi a política como um espaço coletivo, ninguém faz nada na vida sozinho, muito menos na política. Portanto, estou me colocando sim na perspectiva de nós construirmos um projeto alternativo de desenvolvimento econômico, mas também vinculado ao desenvolvimento social, ambiental, cultural. Um projeto democrático popular para Minas", disse neste sábado.