Politica

Bloquinho ainda não conseguiu apresentar propostas de combate à crise internacional

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postado em 18/11/2008 08:37
A aliança dos partidos de esquerda no Congresso, capitaneada por PCdoB, PSB e PDT, sofre com a falta de discurso próprio e alternativo diante das turbulências internacionais. Com a terceira maior bancada da Câmara e votação expressiva na eleição municipal, os partidos do bloco não conseguem se impor como terceira via no debate polarizado entre PT e PSDB. O grupo tem como legendas-satélites os inexpressivos PHS e PMN, além do PRB do vice-presidente José Alencar. Juntos, os seis partidos fizeram cerca de 15,7 milhões de votos, perdendo apenas para PMDB e PT, o que garantiu a eleição de 797 prefeitos, atrás somente do PMDB. Na Câmara, possuem 76 deputados, também atrás das bancadas peemedebista e petista. Apesar dos números expressivos, o bloco tenta mas ainda não conseguiu firmar-se como uma terceira via de esquerda com ações e propostas: limitou-se a repetir com a mesma eloqüência do PT as idéias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No lançamento do programa comum das legendas, em junho do ano passado, as lideranças rejeitaram a tese de conveniência e sublinharam o bloco de esquerda como ;uma necessidade objetiva para responder os anseios das forças avançadas do nosso país", nas palavras do presidente do PCdoB, Renato Rabelo. Mais de um ano depois a história não passou de retórica. Diante da crise econômica, duas propostas surgiram: a petista, favorável ao aumento dos gastos públicos para reverter a desaceleração econômica, e a tucana, defensora de corte de despesas com pessoal e concentração em investimentos. ;O PCdoB considera que as diferentes iniciativas apresentadas pelo presidente Lula para enfrentar essa crise são suficientes: reforço do mercado interno e aumento dos investimentos;, disse a líder do PCdoB e vice-líder do bloco, Jô Moraes (MG). Timidez O deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) admitiu que o bloco falha ao não apresentar propostas. ;A crise traz uma boa oportunidade para apresentarmos propostas, mas não estamos fazendo isso;, afirmou. Ele ressalvou que nenhum partido tem discutido com afinco a formulação de políticas anticrise. Para o parlamentar, o PT repete as propostas do governo e o PSDB apresenta idéias com viés eleitoral de olho na sucessão de Lula, em 2010. A deputada comunista reconhece a timidez do bloco e a falta de iniciativa. ;Os partidos de esquerda têm de ser mais explícitos na cobrança do governo para a manutenção dos direitos dos trabalhadores. O dinheiro disponibilizado pelo governo para as grandes empresas deve vir com a contrapartida de que os empregos serão mantidos;, afirmou. O vice-presidente do PT e assessor de Lula, Marco Aurélio Garcia, organiza um seminário com a participação de partidos aliados e intelectuais afinados com o governo para discutir efeitos e propostas diante do cenário de instabilidade financeira internacional.

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