postado em 18/11/2008 21:34
A Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) realizaram na tarde de hoje uma reunião para superar a crise em torno da Operação Satiagraha, que deixou os dois órgãos em pé de guerra. Realizada na sede da PF, a reunião durou uma hora e ao final as duas instituições firmaram um pacto para salvar a investigação e punir servidores envolvidos em irregularidades, como supostos grampos ilegais contra autoridades, sejam eles policiais ou arapongas.
"Se houve conduta ilícita de policial ou agente, será apurado e punido", disse o diretor-geral da PF, delegado Luiz Fernando Corrêa, em entrevista, antes da reunião. Além dele, participaram do encontro, pela Abin, Wilson Trezza (diretor-geral em exercício), Luís Alberto Salaberry (diretor adjunto) e Carlos Ataídes (diretor do Departamento de Integração do Sisbin). Pela PF, além de Corrêa, estiveram presentes o diretor de Combate ao Crime Organizado, Roberto Troncon, o diretor de Inteligência, Daniel Lorenz e o diretor de Pessoal, Luiz Pontel de Souza.
Segundo Corrêa, ficou pactuado entre as duas instituições que não haverá o menor problema em punir os eventuais responsáveis. "Nenhuma instituição está fora do alcance. Se ficar provado que qualquer desvio de conduta associado à atuação da PF será alcançado", afirmou. "Existe uma convergência entre a PF e Abin e o próprio GSI (Gabinete de Segurança Institucional), no sentido de que se apure e se agilize os processos de investigação internos, que correm paralelos, a fim de punir eventuais responsáveis.
As duas instituições estiveram à beira do confronto depois que a PF realizou busca e apreensões em instalações da Abin e de agentes da agência, da qual foi capturada farta quantidade de material digital, incluindo supostamente informações de segurança nacional. O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que telefonou hoje para o juiz Ali Juiz Mazloum para pedir que agentes da Abin participem da perícia.