Politica

Coordenador político do governo quer liberar emendas para facilitar aprovação de projetos

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postado em 19/11/2008 09:43
O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, pedirá hoje, durante encontro com a equipe econômica do governo Lula, a liberação de R$ 3,5 bilhões em emendas coletivas, que são destinadas a projetos de médio e grande portes e despertam o interesse de governadores e empreiteiras. Segundo José Múcio, o empenho dos recursos renderá pelo menos dois dividendos políticos. Primeiro, acalmará deputados e senadores aliados, sobretudo aqueles que foram derrotados nas eleições municipais e que têm reclamado da falta de ;carinho; do Palácio do Planalto. Além disso, facilitará a tramitação, no Congresso Nacional, de projetos considerados prioritários pelo governo, entre eles as medidas provisórias baixadas em resposta à crise financeira, a proposta de reforma tributária e o projeto que abre uma janela para a infidelidade partidária. Caberá à chamada Junta Orçamentária, formada pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento) e Guido Mantega (Fazenda), decidir sobre o pedido apresentado por Múcio. Nos últimos dias, eles enviaram recados pouco animadores ao coordenador político do governo. Avisaram, por exemplo, que a tendência é autorizar o empenho de mais R$ 400 milhões em emendas individuais, cujo desembolso já estava previsto desde o início do ano, além de R$ 300 milhões em emendas coletivas, sejam de bancada ou de comissão. Se confirmada, a cifra defendida pela junta será insuficiente para atender à demanda. E o resultado será o de sempre: insatisfação na base governista e ameaça de revide nos painéis de votação da Câmara e do Senado. Prioridades ;Como teremos pouco dinheiro, atenderemos aquilo que for estratégico do ponto de vista do governo;, diz um assessor da Presidência da República. No topo das prioridades, está um afago no senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP). Ele cobra da União o empenho de R$ 8 milhões que garantiriam a conclusão de uma ponte em Laranjal do Jari, município localizado no sul do Amapá. Sarney será o maestro da disputa pela Presidência do Senado. Se não quiser suceder Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), terá peso decisivo na escolha do substituto. Ciente de tal peso político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer que o senador trabalhe pela vitória de Tião Viana (PT-AC) na eleição. O senador petista também merecerá atenção especial do Planalto. Múcio quer autorização para empenhar R$ 20 milhões de uma emenda de bancada destinada a uma ponte em Rio Branco. O gasto é apadrinhado por Viana e pelo governador acreano, Binho Marques. Constam do Orçamento da União de 2008 R$ 10 bilhões em emendas coletivas. Os parlamentares pressionam pelo empenho dos valores por temer que, no próximo ano, o governo feche a torneira devido à crise financeira e a necessidade de cortar gastos.

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