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Defesa de Dantas pede acesso à gravação da reunião da PF e adia fim de processo contra banqueiro

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postado em 19/11/2008 13:44
O advogado do banqueiro Daniel Dantas, Nélio Machado, pediu nesta quarta-feira ao juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo, o acesso à reunião na superintendência da Polícia Federal em São Paulo, que decidiu pelo afastamento do delegado Protógenes Queiroz do comando da Operação Satiagraha. O pedido da defesa de Dantas adiou, assim, o fim do processo contra Dantas. Para Machado, o conteúdo da reunião influencia diretamente no desenrolar do processo contra seu cliente, acusado de corrupção. O advogado pede ainda para que o juiz ouça novamente o delegado Protógenes e o diretor-afastado da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Lacerda. De Sanctis recebeu nesta quarta-feira (19/11) as alegações finais no processo que investiga uma suposta tentativa de suborno envolvendo Dantas. O juiz também recebeu a defesa do ex-presidente da Brasil Telecom Humberto Braz e do professor universitário Hugo Chicaroni, também envolvidos no caso. O juiz ainda não decidiu se vai aceitar o pedido da defesa do banqueiro. Caso o pedido não seja aceito, De Sanctis terá dez dias para dar sua sentença sobre o caso. No entanto, apenas pelo fato de o juiz não ter indeferido o pedido de imediato já agradou Machado. "Entendo a ponderação dele como uma postura de colocar na balança um lado e o outro. Colocando na balança com isenção, a razão assiste a defesa", disse o advogado. Para o procurador da República Rodrigo de Grandis, não há necessidade de incluir a gravação da reunião nos autos do processo contra o banqueiro, como pede a defesa, pois não há nenhuma influência. "Na opinião do Ministério Público, não há nenhuma influência, não há necessidade de incluir a gravação nos autos." Denúncia O procurador afirmou que o novo inquérito produzido pela Polícia Federal e Ministério Público deve levar a uma nova denúncia, desta vez por lavagem de dinheiro e crimes financeiros, contra Dantas. "Existe um novo inquérito policial, conduzido pelo Ministério Público junto à Polícia Federal, em que há indícios de lavagem de dinheiro", disse. "Temos certeza que haverá uma denúncia por lavagem de dinheiro e crimes financeiros", reiterou. No entanto, o procurador disse que esse inquérito está "em uma fase preliminar". "Há muito trabalho pela frente ainda." Sobre o crime de corrupção, de Grandis disse que o Ministério Público deu elementos em sua denúncia para que o juiz De Sanctis dê uma pena bem maior que a mínima para o crime, dizendo que pode chegar a 12 anos de prisão. "Mas a pena fica a critério do juiz."

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