Politica

CPI das Escutas encerra reunião reservada

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postado em 19/11/2008 21:55
Terminou, há pouco, a reunião reservada da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas para ouvir o depoimento do delegado Amaro Ferreira, responsável pelo inquérito da Polícia Federal sobre o vazamento de informações da Operação Satiagraha. Ferreira informou ter pedido, à empresa Nextel, a relação de antenas de telefonia que estavam em funcionamento nos locais e horários da operação. A partir daí, as versões dos parlamentares sobre os depoimentos apresentam diferenças. Sigilo O presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), e o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) disseram que o delegado usará a lista de antenas para pedir, à Justiça, a identificação dos aparelhos que usaram essas estações. Com base nesses dados, seria possível obter a quebra do sigilo telefônico de inúmeros suspeitos. Já segundo o relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), os dados da Nextel permitem o acesso a códigos que já possibilitam a identificação dos aparelhos. O deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) foi além. Segundo ele, o delegado afirmou ter tido acesso aos dados da Nextel e ter ficado convencido de que agentes da Abin participaram da Operação Satiagraha, inclusive compartilhando telefones com a Polícia Federal. Porém, os deputados Itagiba, Pellegrino e Fruet não confirmam essa informação. Eles disseram que, sobre a participação da Abin, o delegado preferiu não se pronunciar até o fim das investigações. Prorrogações Ainda segundo Fruet, o delegado já ouviu cercas de 30 pessoas e pediu mais 90 dias para concluir os trabalhos. Além disso, informou que vai fazer perícia em material apreendido do delegado Protógenes Queiroz (ex-coordenador da Satiagraha) e que não descarta ouvir no inquérito o diretor afastado da Abin, Paulo Lacerda. Após a reunião reservada, foram aprovados requerimentos, entre eles o que prorroga por 60 dias os trabalhos da CPI, que terminariam em 4 de dezembro. A prorrogação ainda precisará ser votada pelo Plenário da Câmara.

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