postado em 21/11/2008 12:32
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), minimizou nesta sexta-feira (21/11) o embate entre ele e o governo por causa de sua decisão de devolver ao Poder Executivo a MP (medida provisória) --que prorroga automaticamente a vigência dos contratos dessas entidades. Segundo o peemedebista, o momento não é adequado para intrigas.
"Não acredito em confronto nem queda de braço principalmente porque há uma crise financeira mundial", disse Garibaldi. Ao ser questionado sobre a suposta intenção de que o governo gostaria de pegá-lo, ele disse: "Como é que vai me pegar?" Garibaldi se defendeu das críticas recebidas pelo governo sentado no plenário do Senado e não na mesa da Presidência da Casa. Ele levou a controvérsia para a discussão com os demais parlamentares embora a Casa estivesse vazia.
O senador afirmou ainda que conversou hoje com o líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), que lhe disse prepara um texto fixando as regras, mas com as modificações.
De acordo com governistas, estão em estudo três alternativas aprovar um projeto de lei que está na Câmara, de autoria do deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), elaborar uma nova proposta ou reeditar uma MP (medida provisória).
Polêmicas
Na quarta-feira, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado deve julgar o recurso ingressado por Jucá na tentativa de reverter a decisão de Garibaldi.
Começou na semana passada a polêmica em torno da MP, quando o texto chegou ao Congresso. Depois de ouvir de senadores da base governista e da oposição sucessivas críticas ao teor da matéria, Garibaldi decidiu ontem devolvê-la ao Executivo --o que irritou aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A oposição, liderada pelo DEM e PSDB, apelidaram a medida de "MP da Pilantropia" ao afirmar que a concessão automática dos pedidos de renovação poderá beneficiar entidades com pendências judiciais.