Politica

Bancada do PT vai se reunir para discutir a conduta do colega Wilson Lima

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postado em 25/11/2008 09:25
A bancada do PT na Câmara Legislativa vai discutir em reunião nesta semana as providências que tomará em relação à denúncia, publicada pelo Correio, de que o deputado Wilson Lima (PR) mantém cursos profissionalizantes custeados com dinheiro público. Segundo a assessoria de imprensa da liderança do partido, o assunto é grave e, portanto, os parlamentares petistas decidiram tomar uma posição coletiva. O caso será avaliado entre hoje e amanhã. É possível que os deputados peçam esclarecimentos formais a Lima, que é o primeiro-secretário da Casa. A deputada Érika Kokay (PT), presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, avaliou que se ficar comprovado o uso de estruturas da Câmara Legislativa para realização de cursos nos quais os participantes pagam para aprender algum ofício, o deputado Wilson Lima terá transgredido o Código de Ética da Casa. Segundo apontou reportagem do Correio, publicada no último domingo, o parlamentar mantém o Instituto Cultural Wilson Lima (ICWL) para oferecer oficinas de manicure, pedicure, sobrancelhas, artesanato, cabeleireiro, maquiagem, informática. As aulas são definidas como projetos de natureza filantrópica do deputado, mas funcionários que trabalham na entidade pertencem ao quadro de pessoal da Câmara. A mesma rotina é estabelecida no escritório político de Samambaia. O distrital considera natural a atividade dos servidores que, segundo afirma, atuam para ;divulgação do mandato eletivo;. Precedente A Câmara Legislativa já passou por situação semelhante. Em 1999, investigação mostrou que o então deputado distrital José Tatico (PSC) ; hoje deputado federal pelo PTB de Goiás ; mantinha uma relação suspeita entre seus empregados do gabinete parlamentar e a rede de supermercados que leva seu nome. Servidores da Câmara Legislativa trabalhavam na empresa do parlamentar em Ceilândia. Por conta disso, ele foi o primeiro ; e único ; distrital punido com uma advertência. Outro deputado que recebeu pena na Casa foi Carlos Xavier (PMDB), que teve o mandato cassado em 2004 sob acusação de ser o mandante do assassinato de um jovem de 16 anos. Ele também era acusado de tráfico de influência na administração regional de Samambaia. Xavier sempre negou as duas acusações. Na legislatura anterior, Wilson Lima ficou na suplência do PMDB e assumiu o mandato com a cassação de Xavier. Agora ele está no terceiro mandato e foi o corregedor da Casa num dos momentos mais espinhosos, quando em 2004 o então presidente, Benício Tavares (PMDB), foi acusado de exploração sexual de jovens na Amazônia. Na época, Lima pediu a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o peemedebista. Benício foi absolvido na Comissão de Ética.

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