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Afastado da Diretoria de Inteligência da PF, Protógenes está à disposição do setor de RH

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postado em 25/11/2008 09:42
A cúpula da Polícia Federal afastou o delegado Protógenes Queiroz da Diretoria de Inteligência (DIP) e o colocou à disposição do setor de Recursos Humanos. Protógenes soube da decisão ao se reapresentar ontem a seu superior hierárquico, Daniel Lorenz, após afastamento de quatro meses para o curso superior de polícia na academia da corporação, concluído na semana passada. Responsável pela Operação Satiagraha, o delegado será transferido para onde houver necessidade de delegado. Protógenes soube da notícia do próprio Lorenz, durante uma conversa de 15 minutos entre os dois, pela manhã, na sede da PF, prédio conhecido como Máscara Negra. O diretor de Inteligência comunicou ao colega que se tratava de uma decisão ;administrativa;. A permanência de Protógenes na área se tornou insustentável. A relação entre ele e Lorenz azedou diante dos desdobramentos da Satiagraha. O chefe da DIP reclama que seu então subordinado sonegou dados sobre a operação, que tinha como alvo principal o banqueiro Daniel Dantas, dono do grupo Opportunity. Protógenes, por sua vez, sempre viu a cúpula da PF com desconfiança e reclama de nunca ter recebido o apoio que julgava necessário para tocar a apuração ; algo que Lorenz nega. Por causa dessa denunciada falta de apoio, Protógenes recorreu a seu ex-chefe, o delegado Paulo Lacerda, que deixou o comando da PF para pilotar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no final do ano passado. A pedido do delegado da Satiagraha, tem-se notícia que mais de 100 agentes da Abin participaram das investigações, tendo acesso a relatórios sigilos e senhas para acessar o Guardião, sistema que grava e organiza as escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Calça curta Embora boa parte dos agentes da Abin freqüentasse diariamente o Máscara Negra, Lorenz jura que foi pego de calça curta. À CPI dos Grampos, o diretor de Inteligência sustentou que só soube da participação de servidores da agência quando reconheceu o agente Márcio Seltz, um conhecido de Lorenz, no andar do edifício-sede onde policiais federais analisavam dados da operação. Durante audiência na comissão, o diretor da DIP afirmou que só deixou Protógenes continuar à frente da Satiagraha porque houve um pedido de Renato da Porciúncula, ex-chefe da DIP que se tornou assessor especial da Abin, a convite de Lacerda. Para complicar ainda mais a relação entre os dois, o chefe da Inteligência desconfia que Protógenes tenha levantado a suspeita de que foi ele, Lorenz, o responsável por repassar, em abril, informações ao jornal Folha de S.Paulo, que antecipou dados da operação que resultou na prisão de Dantas.

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