postado em 26/11/2008 15:28
O delegado Protógenes Queiroz minimizou nesta quarta-feira o seu afastamento da Diretoria de Inteligência da Polícia Federal, anunciado nesta semana, depois de concluir curso de formação em escola superior da instituição. O delegado disse que não foi afastado do cargo, mas remanejado. "É normal na administração pública a mudança de setor. Não se tratou de afastamento. Há a disposição do diretor de recursos humanos da Polícia Federal de indicar outro departamento compatível com o histórico que tenho na instituição", disse.
Ele deixou o cargo que ocupava na PF antes de sair do comando da Operação Satiagraha. Protógenes se disse disposto a continuar na instituição --até mesmo numa área distinta designada pela cúpula da Polícia Federal.
Ele se reapresentou pessoalmente ao diretor de Inteligência da PF, Daniel Lorenz, que lhe comunicou do seu afastamento da divisão. O delegado disse, porém, que a conversa com Lorenz ocorreu em "clima de cordialidade". Protógenes afirmou que vai acatar a sua nova designação na instituição porque obedece à hierarquia da PF.
"Ainda que ocorra [a designação para um setor que não lhe agrade], vou obedecer a hierarquia e a disciplina. Ainda não temos na Polícia Federal independência funcional, administrativa e financeira, como têm juízes e integrantes do Ministério Público", afirmou.
O delegado evitou comentar sobre as afirmações de Lorenz durante depoimento à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara, quando disse que Protógenes foi "desleal" porque apresentava funcionários da Abin como sendo "técnicos da Receita Federal", durante a Satiagraha. Protógenes sinalizou, porém, que não ficou satisfeito com as palavras do colega. "Eu não tive acesso ao depoimento do delegado Lorenz, ao qual guardo na memória ter dedicado ao colega [Lorenz] um trabalho final de curso realizado por mim. Eu sou fiel e leal ao Departamento da Polícia Federal e, primeiramente, à Constituição e ao país", afirmou.
Segundo Protógenes, o diretor do setor de recursos humanos da PF prometeu lhe encaixar em um novo posto à altura do seu "histórico de vitórias" na instituição. O delegado evitou criticar a cúpula da PF, mesmo depois da abertura de inquérito que apura eventuais irregularidades cometidas pelo delegado na Satiagraha.