postado em 01/12/2008 19:10
O ministro Paulo Vannuchi (Direitos Humanos) admitiu hoje que seu posicionamento em relação aos temas da ditadura tem desagradado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de defender a abertura dos arquivos da ditadura, Vannuchi apóia a punição dos torturadores da ditadura por entender que a Lei de Anistia não os beneficiaria.
Para Vannuchi, essa defesa tem de ser feita para honrar a biografia do presidente Lula. "Estou mexendo, vou continuar mexendo [...]. Ao fazê-lo, estou observando também pela sua própria biografia. O senhor não pode terminar oito anos [de mandato] sem ter uma solução para esse tema. Pode não ser a ideal, pode não ser a desejada por todos nós, mas que seja pelo menos uma solução", disse Vannuchi, contando conversa que teve com o presidente.
O ministro ainda falou que esta não é uma luta que trava apenas ao lado do ministro Tarso Genro (Justiça). Ele diz ter apoio de vários outros ministros, embora tenha preferido não nomeá-los. "É importante levarmos a questão de forma mais ´impessoalizada´ possível. Temos que trabalhar a idéia de dever de Estado, dever do governo federal, dever do Judiciário. Não é uma posição do Tarso e minha, como na imprensa fica caracterizado", disse.
Tanto Vannuchi quanto Tarso já expressaram publicamente a vontade de rever a lei que concedeu anistia aos militares que praticaram atos de tortura durante a ditadura. Eles alegam que os atos cometidos não podem ser enquadrados como crimes políticos, devendo ser julgados como criminosos comum. Vannuchi participou de ato em favor da abertura dos arquivos, na Alesp (Assembléia Legislativa de São Paulo).