Politica

Paulinho não acompanhará votação que decidirá sobre cassação de seu mandato

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postado em 02/12/2008 10:52
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, acusado de quebra de decoro parlamentar, não acompanhará nesta quarta-feira no Conselho de Ética da Câmara a votação do processo que definirá seu futuro político. Ele vai comandar a 5ª Marcha das Centrais Sindicais, que pretende reunir em Brasília até 30 mil pessoas. "É uma coincidência. O evento já estava marcado", disse Paulinho. O parlamentar afirmou que espera contar com o apoio de deputados da base aliada. "As pessoas que acompanharam o processo sabem das injustiças que estão fazendo contra mim." Paulinho é suspeito de desvio de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) e tráfico de influência. A sessão de votação, prevista para a semana passada, foi adiada depois que a deputada Solange Amaral (DEM-RJ) pediu vista, alegando precisar de mais tempo para analisar o parecer do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), relator do caso no conselho, que recomendou a cassação de Paulinho. "Foi montado um esquema fraudulento", disse o relator. "A participação do representado [Paulinho] dava-se por meio de outros. A atuação do grupo possibilitou o repasse de recursos", afirmou Piau. "Voto pela perda do mandato do deputado Paulo Pereira da Silva." Tendências Pelas manifestações dos parlamentares, a tendência sinalizada é de absolvição de Paulinho. Alguns dos integrantes do conselho já anteciparam como votarão. "Com um peso muito grande nas minhas costas vou acompanhar o voto do relator, a quem quero elogiar pela sua coragem", disse Moreira Mendes (PPS-RO). "Coragem é a gente votar nas coisas com justiça", disse deputado Dagoberto (PDT-MS). "Não temos elementos para cassar. Isso aqui não é inquisição", afirmou Abelardo Camarinha (PSB-SP). Ambos sinalizaram serem contrários à cassação de Paulinho. Prazos O processo de Paulinho deve ser encerrado em duas semanas na Câmara. Em caso favorável à perda de mandato, o processo será encaminhado à Mesa Diretora da Câmara, que enviará para o plenário da Casa, que deverá votar o assunto. Acusações Paulinho é suspeito de envolvimento com um esquema de desvio de verbas no BNDES. O deputado também responde a acusações de fraudes na ONG Meu Guri, administrada por sua mulher. Segundo as investigações realizadas pela Polícia Federal, a ONG recebeu R$ 37,5 mil do conselheiro do banco estatal João Pedro Moura que foi preso sob a acusação de ser um dos principais responsáveis pelo esquema. A Operação Santa Tereza, conduzida pela PF, desmontou uma quadrilha supostamente formada por empresários, policiais e servidores que desviava recursos do BNDES. Gravações telefônicas associariam ainda o deputado federal ao esquema de irregularidades.

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