Politica

Apuração sobre conduta de Gilberto Carvalho enfrenta burocracia desde julho

;

postado em 03/12/2008 09:27
Cento e trinta e dois dias e não há sequer delegado designado para o caso. Esse é o resultado da notícia-crime apresentada na Polícia Federal no fim de julho pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) para investigar a conduta do chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho. O parlamentar pediu a abertura de inquérito criminal contra Carvalho por ele ter repassado ao ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh, informações supostamentes privilegiadas que beneficiaram Humberto Braz, braço direito de Daniel Dantas, do grupo Opportunity. Promotor de Justiça licenciado, Sampaio sustenta que Carvalho cometeu crime de prevaricação ao não guardar sigilo sobre uma perseguição feita pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra Braz, cliente de Greenhalgh. Desde o pedido, em 23 de julho, até ontem, a apuração oficial somente andou pela burocracia. Primeiro, o caso seguiu para a Corregededoria-Geral da PF, que somente em 6 de novembro despachou para a Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal pedindo a instauração de inquérito. Entretanto, a assessoria de imprensa da superintendência informou ontem que não recebeu esse pedido. Procurada posteriormente, a assessoria da direção-geral da PF afirmou que o pedido deve chegar ;nos próximos dias; e, ao negar qualquer lentidão nesse caso, considera como ;razoável; o prazo para uma decisão como essas. ;Não é que haja má vontade, há descaso;, atacou Carlos Sampaio. Ontem, o Correio revelou que o Ministério Público Federal abriu inquérito civil por improbidade administrativa contra Carvalho pelos mesmos fatos. Nesse caso, Sampaio pediu liminarmente à procuradora Ana Carolina Roman o afastamento do chefe de gabinete do cargo e, em caso de condenação, a perda de função pública, suspensão de direitos políticos por até 10 anos e pagamento de multa. Carvalho disse que desconhecia a instauração do inquérito civil, mas declarou que esclareceria o que for necessário pela procuradora. Ele lembrou ter sido inocentado das mesmas acusações pela Comissão de Ética Pública, órgão vinculado à Presidência que avalia a conduta ética dos servidores. Ele disse ainda que desconhecia que era Braz.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação