Politica

Conselho de Ética escolhe novo relator para processo contra Paulinho

;

postado em 03/12/2008 15:28
Depois de o Conselho de Ética da Câmara absolver nesta quarta-feira (03/12) o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, suspeito de quebra de decoro parlamentar com um placar de 10 x 4, o presidente do órgão, Sérgio Moraes (PTB-RS), escolheu hoje o deputado José Carlos Araújo (PR-BA) para ser o novo relator do caso. O novo relator poderá sugerir que o processo seja finalizado no próprio conselho, alegando que não há justa causa para condenar Paulinho. Mas pode também sustentar que embora absolvido, há indícios contra o deputado do PDT --neste último caso, o relatório deve ir para plenário. Mas nesta quarta-feira, Araújo votou pela não aceitação do parecer do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) que recomendava a cassação de Paulinho. Araújo sinalizou que a tendência é de recomendar o arquivamento do processo. "Estudei o processo exaustivamente e não comi na mão de ninguém, como quiseram dizer. O relatório é técnico. Não tinha o direito de manifestar politicamente. Não existem suposições, fatos e provas", disse Piau. O conselho apurou denúncia de que Paulinho estava envolvido em esquema de desvio recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) e de tráfico de influência. O deputado não acompanhou a sessão porque participava da 5¦ Marcha das Centrais Sindicais, que pretende reunir em Brasília até 30 mil pessoas. Antes da votação Paulinho havia comentado com outros parlamentares que estava confiante na sua absolvição. "As pessoas que acompanharam o processo sabem das injustiças que estão fazendo contra mim", afirmou ele. A deputada Solange Amaral (DEM-RJ), que pediu vista do parecer na semana passada, votou hoje a favor do relatório que sugere a cassação de Paulinho. Acusações A base de investigação do conselho foi a série de denúncias contra Paulinho sobre um esquema de desvio de verbas no BNDES. O deputado responde ainda a acusações de fraudes na ONG Meu Guri, administrada por sua mulher. Pelas investigações realizadas pela Polícia Federal, a ONG recebeu R$ 37,5 mil do conselheiro do banco estatal João Pedro Moura que foi preso sob a acusação de ser um dos principais responsáveis pelo esquema. A Operação Santa Tereza, comandada pela PF, desmontou uma quadrilha supostamente formada por empresários, policiais e servidores que desviava recursos do BNDES. Gravações telefônicas associariam ainda o deputado federal ao esquema de irregularidades.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação