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Mendes quer apuração da PGR sobre ligação entre ex-assessor da segurança do STF e Chicaroni

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postado em 04/12/2008 09:14
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, pediu ontem à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue a ligação entre Sérgio de Souza Cirillo, um ex-assessor da segurança da Corte, e Hugo Chicaroni, ligado ao banqueiro Daniel Dantas. A decisão foi tomada um dia depois da divulgação da sentença da Justiça Federal paulista que condenou Dantas, Chicaroni e um terceiro acusado, Humberto Braz, pela tentativa de subornar um delegado durante a operação Satiagraha, da Polícia Federal. Na sentença, o juiz paulista Fausto De Sanctis apontou dois elos entre Cirillo e Chicaroni: ambos eram vinculados ao Sagres, um instituto de estudos, e uma série de sete telefonemas da dupla entre 4 de junho e 7 de julho, véspera da deflagração da Satiagraha. ;Tal fato revela, pois, que os acusados, para alcançar seus objetivos espúrios, dias antes de oferecer e pagar vantagem a autoridades policiais, atuavam sem medir esforços em suas ações na tentativa de obstrução de procedimento criminal, tentando espraiar suas ações em outras instituições;, descreveu Sanctis, na decisão. Coronel da reserva do Exército, Cirillo ficou no cargo entre 30 de julho e 6 de outubro, isto é, posteriormente à operação. Ele foi convidado pelo também coronel Joaquim Gabriel Alonso Gonçalves, que se tornou chefe da segurança da Corte em abril passado. Alonso Gonçalves foi indicado ao atual presidente do STF pelo ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Alberto Cardoso. Gilmar Mendes não comentou o conteúdo da sentença. A assessoria de imprensa do STF informou que o coronel foi desligado por motivos administrativos. Nos bastidores, entretanto, o estilo truculento de Alonso Gonçalves foi responsável pela queda dele e de Cirillo. A gota d;água teria sido um episódio em 1º de outubro no qual ele discutiu com assessores do Palácio do Planalto sobre um evento no STF em comemoração aos 20 anos da Constituição. A revelação de que uma pessoa próxima a Dantas conversava com freqüência com uma pessoa da segurança da Corte pegou Gilmar Mendes de surpresa. O presidente do STF concedeu dois habeas corpus tirando Dantas da cadeia, contrariando as prisões determinadas por De Sanctis. Localizado ontem, Cirillo não quis comentar a ligação feita pelo juiz. ;Para mim, foi uma surpresa total;, afirmou ao Correio. ;Vou esperar se isso vai ocorrer mesmo (a representação) para decidir o que fazer;, limitou-se a dizer. Colaborou Alessandra Pereira

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