Politica

Para não 'constranger' colegas do Conselho de Ética, Paulinho preferiu participar da Marcha

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postado em 04/12/2008 09:55
O deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), provavelmente acordou ontem sabendo que iria ser absolvido pelo Conselho de Ética. Por isso, não se deu ao trabalho de assistir ao próprio julgamento. Preferiu participar, como sindicalista, da 5ª Marcha Nacional da Classe Trabalhadora. E num evento onde se sentiu em casa: tomou até uma cerveja para comemorar o fato de que não seria cassado nem perderia os direitos políticos. Enquanto isso, o relator do processo no Conselho de Ética, deputado Paulo Piau (PMDB-MG), almoçava uma macarronada em um dos restaurantes da Câmara com o semblante que não conseguia esconder a frustração. As maneiras como ambos encararam o dia reforçou um roteiro que já estava escrito. Na marcha sindical, Paulinho não quis saber da votação no Conselho de Ética. Do alto de um caminhão de som estacionado em frente ao Congressso, discursou contra a alta na taxa de juros e prometeu empenho para a crise internacional não afetar o emprego dos trabalhadores. Estava tranqüilo e aguardava apenas a mensagem com o resultado da votação no Conselho de Ética. Ele foi avisado da absolvição às 13h55, num rápido telefonema de seu assessor. O pedetista estava entre os sindicalistas e se preparava para encontros com os presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), para entregar a pauta de reivindicação dos trabalhadores. Olhou para os amigos com cara de alívio. Disse que preferiu ficar de fora do julgamento porque foi eleito para cuidar dos interesses dos trabalhadores. ;Não quis participar do julgamento para não constranger o voto dos deputados;, afirmou. Mais tarde, ao chegar na Câmara, rejeitou o termo ;pizza;. ;A pizza que tinha era a tentativa de me ligar à corrupção. Na ditadura militar, eles matavam os militantes, vários companheiros nossos foram mortos. Agora, eles não matam, tentam denegrir pessoas para acabar, desmoralizar com elas. Hoje fica claro que era perseguição política;, afirmou. Colaborou Edson Luiz

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