Politica

Oposição condena discurso de 'baixo calão' de Lula sobre crise

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postado em 05/12/2008 20:09
A bancada tucana na Câmara dos Deputados se manifestou nesta sexta-feira para criticar os termos usados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao falar sobre a crise econômica mundial ontem, no Rio. Na ocasião, o presidente usou expressões como "diarréia brava" e "sifu" ao discursar no lançamento do Fundo Setorial do Audiovisual. Segundo nota divulgada no site do PSDB, os tucanos consideraram de "baixa calão" o discurso de Lula. O líder da bancada tucana, José Aníbal (SP), condenou o "comportamento inadequado do presidente. "A oposição registra um comportamento inadequado do presidente, que comete destempero verbal no trato de uma crise que não é imaginária, mas real", disse. O discurso, em que Lula afirmou ser importante que não se entre em clima de desespero por conta da crise, foi incluído no site do Planalto sem os termos polêmicos. "Imagine se um de vocês fosse médico e atendesse um paciente doente. O que você falaria para ele? Olha companheiro, você tem um problema, mas a medicina já avançou demais, a ciência já avançou demais, nós vamos dar tal remédio, você vai se recuperar? Ou você diria: Sifu? Vocês diriam isso para um paciente de vocês? Vocês não falariam", afirmou o presidente na ocasião. O deputado Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP) também criticou a intimidade de Lula com o público ao discursar. "Não é com baixo calão, mau gosto e linguajar de campo de futebol que vai se resolver a crise. O presidente da República precisa usar termos adequados ao tratar de assuntos de interesse nacional", afirmou. Para , o discurso de Lula foi incompatível com o cargo e com a gravidade do momento. O nível de intimidade com que ele trata o público, avalia o tucano, acaba revelando uma deficiência verbal sem qualquer sinal de que irá mudar. "Não é com baixo calão, mau gosto e linguajar de campo de futebol que vai se resolver a crise. O presidente da República precisa usar termos adequados ao tratar de assuntos de interesse nacional", Postura é inadequada diante da crise, avaliam deputados Brasília (5 de dezembro). A bancada tucana na Câmara criticou nesta sexta-feira as palavras de baixo calão usadas ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em referência aos efeitos no país da crise financeira internacional. Os parlamentares consideraram as expressões "diarréia brava" e "sifu", além da série de metáforas que marcaram o discurso de Lula no Rio, inadequadas para um presidente da República, além de destoarem da realidade. O site oficial do Palácio do Planalto inclusive censurou o discurso de Lula, ao substituir a palavra "sifu" pela expressão "inaudível". Ao comparar o mercado a um adolescente que busca socorro no setor público, visto como pai indispensável mas sempre criticado, o chefe do Executivo não resolve a crise e ainda age com irresponsabilidade, diz José Aníbal (SP), líder da bancada. "A oposição registra um comportamento inadequado do presidente, que comete destempero verbal no trato de uma crise que não é imaginária, mas real", disse. O pior, na opinião do deputado, é que as atitudes inadequadas de Lula tenham ocorrido justamente no dia em que muitas demissões foram anunciadas. "O presidente podia passar por isso. Mas preferiu se expôr com palavreado chulo e grosseiro, ciente da grande cobertura que tem da imprensa, que leva seu discurso para a casa das famílias", lamentou. Aníbal receia que a fanfarronice de Lula esteja crescendo junto com a evolução dos fatos. O ideal seria, segundo o tucano, que o Palácio do Planalto aproveitasse a abertura da oposição em colaborar e abrir um diálogo construtivo, apurando deficiências e capacidades do país diante da crise. Para Antonio Carlos Pannunzio (SP), o discurso de Lula foi incompatível com o cargo e com a gravidade do momento. O nível de intimidade com que ele trata o público, avalia o tucano, acaba revelando uma deficiência verbal sem qualquer sinal de que irá mudar. "Não é com baixo calão, mau gosto e linguajar de campo de futebol que vai se resolver a crise. O presidente da República precisa usar termos adequados ao tratar de assuntos de interesse nacional", acrescenta. Ontem, o dólar subiu pelo sexto dia seguido em relação ao real, ultrapassando a marca de R$ 2,53, maior cotação desde abril de 2005. Desde 15 de setembro, quando a crise mundial se agravou após a quebra do banco Lehman Brothers, a moeda americana já acumulou alta de 42,4%. "O presidente continua não levando a conjuntura mundial a sério. E ainda dá péssimo exemplo ao trabalhar os fatos de forma alegórica", afirmou Alfredo Kaefer (PR). Para ele, Lula se esquece de que o país vive numa economia globalizada, na qual todos os países estão direta ou indiretamente ligados. Em seu discurso, o presidente se comparou ao personagem literário Dom Quixote, por lutar sozinho pela manutenção do consumo no país em nível elevado, apesar dos riscos e dificuldades já instaladas. Nos últimos dias, grandes empresas, a exemplo da mineradora Vale do Rio Doce, anunciaram demissões e férias coletivas de milhares de trabalhadores. Na avaliação de João Almeida (BA), toda vez que o presidente se depara com um desafio novo colocado pela crise internacional, recorre a declarações despropositadas para enganar a população. "Primeiro foi dizer que a responsabilidade das turbulências era do Bush, depois previu uma marolinha como reflexos no país, além de outros discursos tolos. Agora faz piada ao invés de informar sobre o que está ocorrendo de fato", comentou. O tucano pede seriedade a Lula na condução do governo, adotando medidas adequadas e não "molecagens e gozações". Para ele, o presidente se porta diante do país como líder sindical em assembléia e ou mesmo como autista, "ignorando que a crise é séria e já afeta o emprego". Presidente do PSDB-MA, o deputado Roberto Rocha avalia que a "diarréia verbal" do presidente foi uma "dupla bobagem". "Lula errou na forma e no conteúdo. Ao tentar minimizar novamente a crise, acabou sugerindo que o país está economicamente no leito de morte", disse. O ato falho movido pelo excesso de autoconfiança, ressalta, foi censurado pela sua própria assessoria do Palácio do Planalto. "Isso só aumenta a insegurança com 2009", alerta.

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