Politica

Episódio de distribuição de cadeiras de rodas afasta DEM e PSDB

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postado em 08/12/2008 08:52
A distribuição de cadeiras de rodas, muletas e bengalas pelo senador petista Tião Viana (AC), durante as eleições municipais passadas, conforme reportagem publicada ontem no Correio, de autoria do jornalista Lúcio Vaz, desgastou a imagem do principal candidato à sucessão do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), com os líderes da oposição. Viana espera o apoio do PSDB e do DEM para quebrar as resistências ainda existentes no PMDB à indicação de seu nome. ;Nem de longe a eleição dele está garantida, ainda mais agora;, avalia o líder do DEM, José Agripino (RN). ;Tenho conversado com muitos senadores do PMDB e todos me garantem que o partido terá um candidato próprio;, afirma Agripino, que em nenhuma hipótese aceita apoiar o petista para a Presidência do Senado. ;A tendência é a posição convergir para o candidato do PMDB. Precisamos preservar a independência do Congresso;, avalia o líder do DEM. Viana tem apoio do Palácio do Planalto para presidir a Casa, mas ainda aguarda um posicionamento do PMDB a seu favor para consolidar a candidatura. Embora o ex-presidente José Sarney negue a intenção de ser candidato a todos os interlocutores, inclusive ao presidente Luiz Inácio da Silva, na semana passada, a bancada do PMDB decidiu lançar um candidato próprio. O nome de mais trânsito na Casa e que teria ampla passagem para o presidente Lula é o de Sarney, que só estaria aguardando a desistência de Tião. Há duas semanas, era dado como certo o apoio da bancada do PSDB, mas a situação mudou. ;Sem dúvida esse episódio das cadeiras de rodas, embora não seja nenhuma ilegalidade, é um desgaste;, avalia o líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), que não veta o nome de Viana, mas impede o apoio da bancada. No começo da candidatura, Viana contou com certa simpatia dos tucanos, principalmente do senador Tasso Jereissati (CE), porque sinalizou mudanças na condução da Mesa do Senado, mas a economia doméstica da Casa ficou em segundo plano. ;Ele está sendo muito apressado, nós não vamos decidir esse assunto de forma afoita. E vamos votar em bloco, pois o que está em jogo é a relação do Congresso com o governo. Não podemos entregar o comando da Casa ao presidente Lula e, com isso, sufocar a oposição no Congresso;, explica Virgílio. Tarefa No PMDB, o líder da bancada, Valdir Raupp (RO), não abre mão da candidatura própria. Ele avalia que a legenda tem condições de eleger o presidente do Senado mais uma vez, mesmo que o ex-presidente José Sarney não aceite a tarefa. Raupp avalia que o senador Pedro Simon (RS) seria uma excelente opção para fortalecer a legenda e a imagem do Congresso. Com o apoio da oposição, o senador gaúcho seria imbatível. O problema é que Simon até agora não admite ser candidato, ressentido com o fato de a bancada não tê-lo apoiado outras vezes. ;Ninguém vai me usar para chantagear o governo;, disparou da tribuna, ao atribuir o lançamento de seu nome a manobras de bastidores do ex-presidente do Senado Renan Calheiros, que não quer entregar o comando da Casa a Viana.

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