postado em 09/12/2008 10:12
Por causa da queda nas estimativas de arrecadação, a gestão Gilberto Kassab (DEM) deixará de gastar em 2008 R$ 1,594 bilhão, ou 7% do orçamento de R$ 25,284 bilhões aprovado pelo Legislativo no fim de 2007. Segundo relatório da Comissão de Finanças da Câmara de Vereadores divulgado ontem, serão executados até 31 de dezembro R$ 23,690 bilhões, ou 93% do estimado.
O que deixou de ser gasto, equivalente ao orçamento de Campinas, reflete as reduções de transferências de recursos estaduais e o não-cumprimento da arrecadação prevista pela administração com multas e transferências de capitais. E a diminuição na previsão de receitas, causada principalmente pela crise financeira, já pesa na execução dos investimentos: do total de R$ 3,7 bilhões para novos projetos, a estimativa de aplicação até o fim do ano é de R$ 2,6 bilhões.
Com menos dinheiro do que havia projetado, Kassab deixou de investir, por exemplo, na revitalização do centro. De R$ 62,710 milhões, foram empenhados R$ 2,75 milhões. A implementação e manutenção de corredores de ônibus consumiu R$ 10,471 milhões dos R$ 100,5 milhões projetados. ;A primeira responsabilidade é a manutenção da cidade, depois vêm os investimentos. Houve redução no crescimento das receitas, principalmente nas transferências da União e do Estado;, diz o líder de governo José Police Neto (PSDB), que ainda acredita em execução de R$ 24 2 bilhões.
O relator do orçamento de 2009, vereador Milton Leite (DEM), diz que o governo passou a registrar queda nas transferências de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Estado desde o segundo semestre. Kassab também estimou arrecadar R$ 1,1 bilhão com a transferência de capitais e venda de imóveis mas entraram em caixa menos de R$ 300 milhões. A Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras, com dotação de R$ 317 milhões, tem execução prevista até o fim do ano de R$ 276,2 milhões. A pasta de Cultura também deixará de gastar R$ 61,4 milhões.
Para a oposição, Kassab não poderia ter dito na campanha que a cidade tinha orçamento recorde de mais de R$ 25 bilhões. ;O que vemos foram projeções superestimadas em operações de crédito não concretizadas;, criticou Paulo Fiorilo (PT). Com a falta de acordo na audiência de ontem entre oposição e governo, a votação do novo orçamento para 2009 na Comissão de Finanças foi adiada para hoje.