postado em 09/12/2008 10:46
O candidato peemedebista à presidência da Câmara, Michel Temer, prometeu ontem à noite retomar a discussão sobre a reforma política caso vença o pleito, em fevereiro. "É algo que o Brasil sempre deseja. Muito se fala durante a eleição e é a primeira reforma que se esquece logo depois das eleições", disse a jornalistas momentos antes de cerimônia de premiação da revista IstoÉ. Para ele, é possível avançar nesta questão em 2009, ainda que seja de forma "fatiada".
Entre os pontos mais relevantes das mudanças, Temer citou a fidelidade partidária, que teria, como conseqüência, a decisão sobre o sistema do voto: se distrital, distrital misto, por lista, proporcional ou o majoritário para deputados. Além disso, ele propõe também um acréscimo do fundo partidário destinado a campanhas, o que evitaria "essa espécie de preocupação", como se vê atualmente com a abertura dos nomes dos doadores, já que muitos dos recursos têm origem apenas em "comitês de financiamento". O candidato explicou, no entanto, que o primeiro projeto a receber destaque na Casa no ano que vem é o da reforma tributária. "É preciso acertar os ponteiros com os Estados da Federação, mas já se caminhou muito", afirmou.
Sobre o andamento da eleição, o peemedebista disse que as articulações vão bem e que a receptividade a seu nome é muito grande. "Mas prefiro esperar fevereiro, o dia da eleição", ponderou. "O PT, o PV, o PSC e o PRB já formalizaram apoio e espero que muito proximamente o PSDB, o DEM e o PPS também formalizem apoio", disse ele, que informou estar conversando pessoalmente com os 513 parlamentares da Câmara
Durante a entrevista, Temer foi interrompido pela chegada do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). "Nada atrapalha o Michel Temer, o futuro presidente da Câmara dos Deputados", disse o governador. De acordo com ele, Arlindo Chinaglia fez "um excepcional trabalho neste biênio" e passar o bastão para Michel Temer é a garantia de um Congresso nacional bem conduzido. "Vou pedir para o Sergio Cabral passar uns 15 dias lá em Brasília", respondeu bem-humorado o candidato.