postado em 14/12/2008 08:14
Estão nas mãos do Tribunal Regional Federal (TRF) da 3; Região os destinos do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e seu sócio Rogério Tolentino. Os dois podem ser soltos na próxima terça-feira (16/12), quando a Corte julga mais um habeas corpus para libertá-los da prisão, onde se encontram desde o início de outubro, depois da realização da Operação Avalanche. Marcos Valério experimenta seu maior temor, que é a prisão. E isso está se refletindo no Palácio do Planalto, que também se preocupa com o rumo que o caso do empresário poderá tomar. Se não sair até a próxima semana da Penitenciária de Tremembé (SP), onde se encontra atualmente, ele terá que esperar por uma decisão judicial só próximo ano.O Palácio do Planalto já recebeu sinalizações de que Marcos Valério está insatisfeito na prisão. A amigos, ele confessou que essa era umade suas preocupações, uma experiência que não havia tido nem durante as investigações do mensalão. Na época, a Polícia Federal chegou a pedir sua prisão, negada pela Justiça. O empresário acabou detido na Operação Avalanche, acusado de espionagem em favor de uma cervejaria. A expectativa era de que Marcos Valério permanecesse cinco dias na cadeia, mas a PF estendeu o prazo, pedindo a prisão preventiva, que dura até hoje.
Na Penitenciária de Tremembé, a 164 km de São Paulo, Marcos Valério e seu sócio têm se comportado como presos comuns. ;Ele está preocupado e se considerando injustiçado;, afirma o advogado Marcelo Leonardo, que defende Marcos Valério desde o mensalão. ;Mas é um preso como qualquer outro do sistema;, acrescenta. Outros advogados que trabalham na defesa estranham o fato de a Justiça paulista insistir em manter o empresário na cadeia.
Recesso
Ele teme passar os festejos de fim de ano na penitenciária, e isso poderá acontecer dependendo da decisão judicial. Na terça-feira, o TRF realiza sua última sessão ordinária antes do recesso forense. A defesa de Marcos Valério tenta mais um recurso para libertá-lo. Outros dois, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), foram rejeitados. No primeiro caso, uma liminar impetrada por Marcelo Leonardo foi rejeitada pelos ministros do Supremo.
;Eles usaram a súmula que indefere a liminar se não houve julgamento em primeira instância;, explica o advogado, que usou como argumento as decisões dadas em favor de Flávio Maluf e do banqueiro Edemar Cid Ferreira, ex-dono do Banco de Santos, que ganharam habeas corpus em outras ocasiões. A última tentativa será no TRF, que aguarda o pronunciamento do Ministério Público Federal em São Paulo. Procuradores devem incluir no rol de testemunhas delegados e policiais que participaram da Operação Avalanche.
A preocupação em alguns setores do governo é porque a situação só depende do Judiciário, que pode manter a prisão de Marcos Valério. Logo ele, um antigo operador político, mas que sempre manteve-se calado, mesmo diante de pressões em comissões parlamentares de inquéritos (CPIs) no Congresso.