Politica

Garibaldi diz que não abre mão de candidatura e senadores questionam validade

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postado em 17/12/2008 19:21
O presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), afirmou hoje (17) que sua candidatura para mais dois anos na Presidência da Casa é definitiva e que não há qualquer possibilidade de recuo. Questionado se sairia da disputa caso o senador José Sarney (PMDB-AP) aceitasse ser candidato pelo PMDB, Garibaldi foi categórico: Agora eu não abro. Hoje houve um clamor [da bancada para que Sarney fosse candidato] e ele foi taxativo que não aceitaria. Para o parlamentar, o tempo agora é de ganharr votos nos partidos uma vez que a decisão entre os peemedebistas foi tomada por unanimidade dos presentes. Dos 20 senadores que compõem a bancada só o pernambucano Jarbas Vasconcelos afirma publicamente que não votará em Garibaldi e mantém seu voto ao petista Tião Viana (PT-AC), também candidato Presidência do Senado. Vasconcelos, no entanto, não participou da reunião. Garibaldi Alves Filho disse que, mesmo que quisesse, não há possibilidade de tomar a iniciativa, na qualidade de candidato, de consultar o Supremo Tribunal Federal (STF) para dirimir as dúvidas jurídicas a respeito de sua candidatura. Isso só pode ser feito depois da homologação da minha candidatura, no dia da eleição, e caso eu seja eleito, afirmou. Esse não é o entendimento, entretanto, do líder do PSB, Renato Casagrande (ES), crítico da candidatura de Garibaldi. Em tese ele pode consultar sim, acredita o líder, acrescentando que o ato deveria ser tomado pelo próprio Garibaldi Alves Filho para acabar com a dúvida de uma vez por todas. Pessoalmente, Casagrande considera que o presidente do Senado está impedido legalmente de postular mais dois anos de mandato. A atitude dele pode colocar o Senado num clima de intranqüilidade. A líder do PT, Ideli Salvatti (SC), que no domingo (14) disse que o partido questionaria a legalidade de uma eventual candidatura de Garibaldi Alves Filho afirma, agora, que o importante é ver como os outros partidos vão reagir diante da decisão do PMDB de apresentar Garibaldi como o candidato da bancada. Os petistas não pretendem, por enquanto, apresentar qualquer questionamento de ordem jurídica. Nós estamos trabalhando a candidatura do Tião Viana para reconstruir a imagem do Senado. Lançamos o nome dele sabendo que tem as condições de preencher esses requisitos, afirmou Ideli Salvatti. O líder do Democratas (DEM), José Agripino Maia (RN), disse que o partido só vai tomar uma posição depois que as dúvidas jurídicas sobre a candidatura de Garibaldi forem esclarecidas. Segundo ele, senadores da bancada têm questionado claramente a legalidade da mais um mandato para o presidente do Senado. Isso poderia ser um argumento para que se discuta um terceiro mandato [para o presidente da República]. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse ao próprio Garibaldi Alves Filho, em plenário, que aparentemente sua candidatura é inconstitucional. Ele acrescentou que não está convencido pelo que leu, até o momento, dos pareceres apresentados pelo presidente do Senado. Pode ser que vossa excelência, uma vez eleito, tenha sua eleição anulada pelo Supremo Tribunal Federal, advertiu. Demóstenes Torres disse, ainda, que trabalha internamente para que o DEM apóie a candidatura de Tião Viana. Trabalho na bancada para que o senador Tião Viana seja o candidato do partido por ter um grande padrão ético e de decência, acrescentando que essas qualidades também pertencem ao presidente do Senado. Já o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), evitou entrar em polêmica. Disse, apenas, que a candidatura de Garibaldi é excelente mas não pode haver qualquer dúvida jurídica.

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