postado em 18/12/2008 08:54
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) adiou ontem a decisão sobre os processos que pedem a cassação dos mandatos dos governadores do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e da Paraíba, Cássio Cunha Lima (PSDB). Se não houver interrupção, o TSE pode definir hoje o futuro de Lago, acusado por adversários de abuso de poder econômico e compra de votos nas eleições de 2006. Já o caso de Cunha Lima só deve ser retomado no ano que vem. Um pedido de vista suspendeu o julgamento. Os governadores negam as acusações.
Punido pelo TSE com a perda do mandato em 20 de novembro, o tucano se mantém no cargo graças a uma liminar. Ele é acusado de ter distribuído 35 mil cheques a pessoas carentes em troca de votos, na disputa pela reeleição, em 2006. Ontem, durante a análise de sete recursos sobre o processo, o ministro Arnaldo Versiani pediu vista, adiando mais uma vez o desfecho do imbróglio. Revoltado, o ministro Joaquim Barbosa disse que o novo adiamento era um ;escândalo; que dava vida a ;manobras; da defesa do governador.
Recurso
Momentos antes, o relator do caso, Eros Grau, opinou pela cassação do mandato do governante paraibano, rejeitando os recursos. ;É um escândalo. Esse governador está no exercício do cargo há 14 meses. É o momento de esta Corte encerrar o julgamento desse caso. Julguemos: ou o absolvemos ou o removemos de vez do cargo. Temos que prestar contas à sociedade. Essas delongas e essas manobras nos envergonham;, disse Barbosa. Irritado, ele deixou o tribunal em seguida, depois de ter sido vencido pela maioria na tentativa de levar o julgamento adiante.
A atitude acabou adiando, também, a decisão sobre o destino de Jackson Lago. O presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, anunciou que o julgamento sobre o processo que pesa contra o governador vai ser iniciado hoje. Com a saída de Barbosa do tribunal, não havia como julgar o caso. Processos de cassação exigem a presença de todos os sete magistrados.