Politica

PMDB fecha apoio à candidatura de Garibaldi

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postado em 18/12/2008 09:28
O PMDB anunciou ontem o apoio à decisão do presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), de disputar a reeleição em fevereiro. A estratégia do partido é dupla: ganhar tempo para convencer José Sarney (PMDB-AP) a ser o candidato e, se ele continuar resistindo, manter um espaço político nas próximas semanas para fortalecer Garibaldi na disputa contra o petista Tião Viana (AC). O apoio ao senador potiguar foi decidido numa reunião entre os senadores do PMDB. Prevaleceu a pressão do líder do partido, Valdir Raupp (RO), para que os parlamentares respaldassem o colega, apesar do risco jurídico de sua candidatura já que a Constituição proíbe a reeleição para o comando do Senado dentro de uma mesma legislatura. Raupp disputa espaço com Renan Calheiros (PMDB-AL), que sonha em retirar agora a liderança da bancada das mãos do colega. Baseado em pareceres jurídicos, Garibaldi alega que ocupa um mandato-tampão por ter substituído Renan em dezembro do ano passado após a renúncia dele ao cargo. ;Os pareceres mostram que posso ser candidato. O plenário vai confirmar isso;, afirmou o senador. O PT já avisou que contestará na Justiça uma eventual reeleição do peemedebista. ;Isso é uma afronta à lei. O Senado é uma Casa que faz leis e precisa se fortalecer como instituição;, disse a líder da bancada petista, Ideli Salvati (SC). ;Frágil; Os peemedebistas fizeram um último pedido a Sarney, que reafirmou a negativa em ser candidato. ;A bancada fez um apelo unânime, mas eu disse que manteria minha posição;, disse Sarney. Logo depois, foi a vez de Pedro Simon (PMDB-RS) ser indagado se toparia ir para a disputa. A resposta foi a mesma de Sarney. O PMDB não teve outra opção que não fosse apoiar Garibaldi. E o risco jurídico? O argumento é o de que a decisão é política, não cabendo ao partido analisar o campo legal da candidatura. ;O Supremo Tribunal Federal (STF) não vai se intrometer;, afirmou Simon. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), discordou e disse aos colegas de legenda e aos jornalistas que a candidatura é ;frágil juridicamente;. A partir de agora, Jucá e Renan buscarão caminhos diferentes: o primeiro, um tanto isolado, por uma aliança a favor de Tião Viana, como quer o Palácio do Planalto, e o segundo para convencer Sarney a ser o candidato até o fim de janeiro. Garibaldi já avisou que abre mão se o ex-presidente da República aceitar a missão. Animado com a candidatura de Garibaldi, Raupp anunciou a decisão no plenário. A reação foi imediata. Demostenes Torres (DEM-GO) contestou a candidatura do peemedebista, que presidia a sessão naquele momento. ;Me parece que o senhor não pode disputar, sob pena de a decisão ser judicializada;, afirmou. Garibaldi entregou então ao democrata os pareceres de juristas e recebeu o apoio de Simon, que voltou a falar em decisão política. Ouça: Garibaldi comenta sua candidatura à presidência do Senado

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