Politica

Tarso presta depoimento à CPI dos Grampos sobre relação entre Abin e PF

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postado em 18/12/2008 11:18
A CPI das Escutas Clandestinas da Câmara vai ouvir nesta quinta-feira o ministro Tarso Genro (Justiça) para esclarecer detalhes sobre a relação entre a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a Polícia Federal na Operação Satiagraha. Tarso aceitou o convite da comissão para ser ouvido na sede do ministério, sem comparecer pessoalmente ao Congresso. A oposição quer saber detalhes da operação da Polícia Federal que resultou no afastamento do delegado Protógenes Queiroz das investigações --assim como provocou o afastamento da cúpula da agência. Deputados do PSDB também querem obter informações sobre supostos grampos realizados pela Abin contra o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e os desdobramentos das investigações sobre o caso. "O depoimento será ajuda para os esclarecimentos da comissão, mas as investigações não devem parar por aí. Mesmo se a CPI não for prorrogada no ano que vem, essa assunto ainda vai ter muitos desdobramentos", afirmou o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). Ao contrário da oposição, os governistas vão centralizar o depoimento do ministro nos projetos em elaboração pelo Executivo que regulamentam as escutas telefônicas no país. O relator da comissão, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), quer incluir no texto final da comissão detalhes sobre mudanças na legislação no que diz respeito às escutas. A estratégia dos governistas é centralizar o depoimento no campo "legislação" para evitar constrangimentos a Tarso. Depois da polêmica entre Abin e Polícia Federal no episódio das escutas clandestinas, a base aliada governista não quer retomar o assunto publicamente para não trazer novos desgastes ao governo. A oposição, porém, vai insistir para que o depoimento do ministro seja público, mesmo sendo realizado no Ministério da Justiça. "Eu vou defender com o deputado Marcelo Itagiba [presidente da CPI] que essa reunião seja aberta. Até porque o fato de o depoimento ser no ministério já abre um precedente para a comissão", disse Fruet.

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